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Qual é o valor ideal para a reserva de emergência?

Em casos emergenciais, a reserva pode ser sua maior aliada para que você consiga manter o padrão de vida por um determinado período

Cédulas de 100 reais: é indicado que a reserva de emergência seja aplicada em investimentos de baixo risco (Gabriel Vergani / EyeEm/Getty Images)

Cédulas de 100 reais: é indicado que a reserva de emergência seja aplicada em investimentos de baixo risco (Gabriel Vergani / EyeEm/Getty Images)

A reserva de emergência é, basicamente, a quantidade de dinheiro que você precisa ter em mãos para uma situação emergencial, que pode ser desde a perda de seu emprego até um acidente ou o nascimento de um filho. Afinal, sua conta de água e o aluguel, por exemplo, não vão parar de chegar porque seu carro quebrou ou porque você ficou desempregado.

A ideia da reserva de emergência é justamente que você consiga passar por esses momentos delicados sem cair em um endividamento sem fim ou formar uma bola de neve com empréstimos e contas atrasadas. Pense: se você perdesse o emprego hoje, conseguiria manter o padrão de vida que possui por, pelo menos, seis meses? Se sim, você provavelmente já possui uma reserva. Se não, é bom você começar a planejar uma.

A analista de fundos da EXAME Research, Juliana Machado, afirmou que é necessário que a pessoa sempre considere seu padrão de vida para pensar na reserva de emergência. "A pessoa precisa sempre considerar seu padrão de vida e a natureza de sua renda na hora de fazer esse cálculo. Em linhas gerais, a reserva corresponde a seis meses de custo fixo mensal, mas esse valor pode ser menor e mais flexível no caso de funcionários públicos, por exemplo, que contam com estabilidade e podem ter uma reserva de três ou quatro meses, ao passo que o valor pode ser maior e menos flexível no caso de trabalhadores autônomos, que terão de fazer uma reserva de um ano, por exemplo", explicou Machado.

Ou seja, não há um valor fixo para ser guardado, já que cada caso é um caso, mas há uma convenção de que o ideal seja poupar seis meses de gastos fixos mensais. Dessa forma, se você gasta 2.000 reais por mês, por exemplo, sua reserva deve ser de, no mínimo, 12.000 reais.

 

Onde deixar o valor separado para a reserva de emergência?

Se você pensou em deixar seu dinheiro na poupança, é bom rever essa ideia. De acordo com a especialista em fundos da EXAME Research, é inadequado deixar a reserva na poupança. "Desde 2012, vigora a regra que diz que a poupança vai render 70% da Selic, no caso da taxa básica estar abaixo de 8,5%, cenário que é justamente o que estamos vivendo e viveremos pelo horizonte visível. Ou seja, de saída, o investidor que deixa o dinheiro parado na poupança só tem 70% do CDI — não importa que haja volatilidade dos títulos do governo, de saída o investidor já está perdendo ao decidir pela poupança, mesmo acreditando que não está investindo", explica Machado.

Também é importante citar que o dinheiro alocado na reserva de emergência deve ser de fácil acesso. Ou seja, se você precisar de um resgate, você tem de estar seguro de que poderá fazê-lo rapidamente.

Assim, o ideal para o investidor é colocar o dinheiro da reserva de emergência nos chamados "fundos taxa zero". Esses fundos são indexados ao CDI e acompanham a rentabilidade do indicador (que é uma proxy da própria Selic, já que representa a taxa gerada nos empréstimos de curtíssimo prazo no sistema interbancário).

No geral, esses fundos são classificados como "Simples" e, pela legislação, investem pelo menos 95% do patrimônio em títulos públicos, neste caso as LFTs, ou Tesouro Selic. Segundo a especialista da EXAME Research, também é válido investir diretamente no título, porém, é preciso ficar atento ao valor, já que, acima de 10.000 reais, por exemplo, já há incidênica de cobranças associadas (a taxa de custódia da B3), o que tem um peso considerável com o juros nos patamares em que estão.

Os fundos, por outro lado, não possuem esta cobrança de taxa de custódia, já que não são usados os sistemas da B3. "Os fundos apenas compram as LFTs, e já existem produtos que não cobram nem mesmo taxa de administração — o que é ideal, considerando a Selic baixa. Mesmo com a volatilidade desses produtos, eles continuam sendo a alternativa mais adequada. A volatilidade dos títulos públicos são movimentos pontuais e eles continuam sendo os mais seguros e mais conservadores do mercado, pois o investidor apenas assume o risco soberano [o risco do país]", destaca Machado.

No próximo dia 30, a EXAME promove a aula Virada Financeira: de Poupador a Investidor. A aula, gratuita, abordará a trilha básica de educação financeira e explicará, além da reserva de emergência, outros assuntos igualmente importantes, por exmplo: como fazer um orçamento, como calcular juros compostos, e também noções básicas sobre renda fixa e renda variável. Para participar, basta se inscrever aqui.

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