Você pode pagar menos na conta de luz apenas mudando a tarifa
Tarifa branca pode deixar conta de luz mais barata no final do mês, mas depende de hábitos de consumo
Marília Almeida
Publicado em 10 de novembro de 2021 às 13h17.
Última atualização em 11 de novembro de 2021 às 11h30.
A conta de luz está cara demais e vem desequilibrando o seu orçamento? Muita gente ainda desconhece, mas desde o início do ano passado a maioria dos domicílios brasileiros com energia elétrica no país pode aderir à tarifa branca, um regime de preços que pode deixar a conta de luz mais barata, dependendo do tipo de consumo de energia.
A medida, criada pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) oferece luz mais barata àqueles que a consumirem fora do horário de pico, período do dia quando o uso é mais intenso.
O regime tarifário, na verdade, está em vigor no Brasil desde o início de 2018, mas era válido apenas para quem tinha um alto nível de consumo mensal.
A opção é vantajosa para quem tem baixo uso de energia elétrica nos horários de ponta e intermediário. Caso o consumidor adote a tarifa e a conta de energia fique mais cara, pode pedir para retornar para a tarifa convencional.
A tarifa é opcional e cabe ao consumidor escolher se adere à mudança, explica o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec).
Confira abaixo os detalhes sobre a tarifa e se ela vale a pena, de acordo com o Idec:
Como a tarifa branca funciona?
Até 2017, não fazia diferença na conta de luz se você usasse mais energia na parte da manhã ou da noite, na segunda ou no sábado. O preço era sempre o mesmo. Contudo, com a tarifa branca, o valor pode variar dependendo do horário e dia da semana.
Nos dias úteis, há três faixas de consumo, que mudam de acordo com a região: horário de pico, intermediário e fora do pico. Em São Paulo, por exemplo, o pico é das 17h30 às 20h30, o intermediário das 16h30 às 17h30 e das 20h30 às 21h30, e os demais horários são considerados fora do pico. Aos finais de semana e feriados nacionais, vale o valor do horário fora de pico.
Cada concessionária deve informar aos consumidores quais são as suas faixas de consumo.
Quem pode aderir à tarifa branca?
A tarifa vinha sendo disponibilizada de forma gradual. Em 2018, a alternativa estava disponível para quem consumia 500 kwh por mês ou mais, considerando a média dos últimos 12 meses - geralmente, pequenos comércios, indústrias e casas grandes, que consomem mais energia - e domicílios novos, que não tem ligações elétricas.
Em 2019, o sistema passou a valer para quem consome de 250 a 500 kWh por mês, considerando a média dos últimos 12 meses. Esse grupo é representado por comércios e indústrias menores do que os estabelecimentos incluídos anteriormente.
Já em 2020, a modalidade passou a ficar disponível para a maioria dos brasileiros. Os dados sobre consumo podem ser verificados na conta de luz do consumidor.
A tarifa não é válida para a população que paga tarifa social - pessoas de baixa renda que já pagam uma tarifa menor e não economizariam com o sistema - e indústrias de grande porte.
A tarifa branca vale a pena?
A resposta vai depender dos hábitos de consumo de cada consumidor. Se uma família utiliza mais energia no período da manhã e da tarde, por exemplo, a tarifa branca pode ser uma boa alternativa, pois não coincide com o horário de pico da região.
Algumas concessionárias disponibilizam em seus sites simuladores para que os consumidores confiram se a tarifa é benéfica. Além disso, os usuários podem fazer testes para verificar se o sistema vale a pena.
Confira se a tarifa branca compensa para você com a calculadora desenvolvida pelo Idec
A conta pode subir bastante se o consumo não for gerenciado. Segundo cálculos do Idec, considerando as tarifas da Enel SP, no limite, a economia com a adesão à tarifa branca pode ser de 15,31%, mas se não for bem gerenciado pode aumentar até 86%.
Caso desejem retornar ao sistema convencional, a concessionária deverá reestabelecê-lo em até 30 dias.
Como aderir
O consumidor que queira optar pela tarifa branca deve procurar a concessionária de energia de sua região por telefone ou em um posto de atendimento.
A empresa tem 30 dias para instalar, gratuitamente, o aparelho que mede o consumo nas diferentes faixas de horário.
Caso o usuário já tenha aderido ao sistema, desistiu, e pretende retornar, o prazo será de 180 dias.