Taylor Swift: fãs da cantora estão dispostos a viajar para gastar menos no ingresso (China News Service / Colaborador/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 3 de junho de 2023 às 14h54.
Última atualização em 3 de junho de 2023 às 14h56.
Uma das cantoras mais amadas dos brasileiros, Taylor Swift, se apresentará no Brasil ainda este ano. Ela vem para divulgar a a “The Eras Tour”, uma das mais concorridas em todo o mundo, acompanhada da cantora Sabrina Carpenter, que fará a abertura do show.
Na última quarta-feira, o jornalista José Norberto Flesch já havia anunciado que a artista viria para o País, mas não deu muitos detalhes. Taylor fará o show no Rio de Janeiro e em São Paulo, nos estádios Nilton Santos e Allianz Parque, nos dias 18, 25 e 26 de novembro.
Nos Estados Unidos, Swift anunciou 52 datas em estádios com capacidade de 70 mil pessoas. Os ingressos foram disputados: esgotaram nas primeiras horas após abertos — e ainda por cima podem valer uma fortuna. Alguns chegaram a custar mais de US$ 1 mil, quase R$ 5 mil na cotação atual.
Mas, com a chegada de Taylor Swift na América do Sul -- é a primeira vez que a cantora faz um show aberto ao público no Brasil --, os "swifties" americanos começaram a comparar nas redes sociais o custo de uma viagem completa a uma cidade latino-americana com o preço de um único ingresso revendido nos Estados Unidos.
Por conta da inflação acima de 100% na Argentina, os shows da cantora no país estão sendo vistos como uma verdadeira pechincha.
Excluindo as taxas, os ingressos para a pista premium, área reservada mais próxima ao palco, custam 75 mil pesos, ou cerca de US$ 153, de acordo com as taxas de câmbio paralelo comumente usadas na Argentina. Para os shows do Brasil, os ingressos para a mesma área giram em torno de R$ 1 mil.
Alguns dos ingressos mais baratos para os shows deste fim de semana em Chicago ainda estão custando acima de US$ 700 no mercado paralelo.
Nos Estados Unidos, os ingressos originalmente vendidos por apenas US$ 49 mais taxas geralmente custam mais de US$ 1.500 (R$ 7.435) em aplicativos de revendedores. O voo mais barato de Chicago para Buenos Aires em novembro custa atualmente US$ 911 (R$ 4.515).
À medida que a inflação atinge os três dígitos, as taxas de câmbio da Argentina sem dúvida também subirão, enquanto as parcelas de pagamento em pesos permanecem fixas. Em suma, a economia enxuga o custo das parcelas de pagamento ao longo do tempo.
Os cartões de crédito estão vinculados à taxa de câmbio oficial da Argentina – cerca de 241 pesos por dólar – que está supervalorizada devido a rígidos controles do governo. As taxas informais são cerca do dobro do valor, ou seja, de 490 pesos por dólar.
Para aproveitar a diferença entre as taxas de câmbio, é prática comum no país sul-americano que os consumidores vendam suas economias em dólares no mercado negro por pesos, depositem o dinheiro em pesos no banco e paguem a fatura de cartão de crédito. Pagar parcelado sem juros também é uma estratégia popular para os moradores se protegerem parcialmente da alta inflação e desvalorizações da moeda.
Com a turnê em pleno andamento nos Estados Unidos, a Bloomberg News informou que Taylor Swift está ganhando mais de US$ 10 milhões por evento, registrando entre US$ 11 milhões e US$ 12 milhões em vendas de ingressos cada.