Seguro de carro: pesquisa mostra que serviço fica mais barato (Allen J. Schaben / Los Angeles Times/Getty Images)
Repórter de finanças
Publicado em 22 de novembro de 2023 às 12h12.
Última atualização em 24 de novembro de 2023 às 12h00.
Os preços de seguros de carros no Brasil ficaram mais baixos em outubro, é o que mostra um estudo da TEx, insurtech especializada em soluções online para o mercado segurador. Pelo sexto mês consecutivo, o Índice de Preços do Seguro de Automóvel (IPSA) recuou. Em outubro de 2023, o índice ficou em 5,5%, enquanto em setembro esse número foi de 5.8%, ou seja, 0,3 p.p. (pontos percentuais) abaixo na variação absoluta.
De acordo com a pesquisa, o índice de outubro deste ano é o menor valor dos últimos 22 meses. Quando observado a variação relativa (qual o peso dos pontos percentuais), desde maio de 2023 que o índice varia negativamente. No mês de outubro de 2023, a variação relativa foi de -5,2%, enquanto em setembro foi de -1,7%. Ao comparar com outubro de 2022, essa variação foi de -15,4%.
“Já o gráfico ‘Comparativo Anual IPSA’ mostra que este momento atual de redução do índice aproximou a curva de 2023 à curva de 2021, estando ambas bem abaixo da curva de 2022 no mês de outubro”, aponta a pesquisa. Sendo assim, os preços dos seguros de carros seguem abaixo dos valores de 2022, mas ainda acima dos preços praticados em 2021.
Um dos fatores que pesou para a redução do seguro foi o índice de roubo e furto de veículos, que também diminuiu. Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), o total deste tipo de ocorrência na região metropolitana de São Paulo no mês de setembro de 2023 foi 13% menor que no mesmo mês do ano anterior e apenas 2,6% maior que em setembro de 2021.
“Não por acaso tais dados de roubo e furto estão em sintonia com o IPSA, com o valor atual estando entre os valores dos últimos dois anos. A taxa ofertada pelas seguradoras incorpora, dentre outras coisas, o risco de ocorrência de sinistros, sendo então natural que um índice que avalia um dos maiores tipos de sinistro sirva de referência para a precificação dos seguros”, explica a pesquisa.
O levantamento analisou a diferença do preço pago entre homens e mulheres. Como resultado, ambos os sexos apresentaram queda no índice de outubro de 2023, com destaque para o masculino que reduziu 6,5% no último mês. A distância entre os sexos foi a menor dos últimos 13 meses, com os homens pagando 11,5% a mais que as mulheres.
Contudo, apesar de historicamente o sexo masculino pagar mais caro que o feminino, quando compara o estado civil oposto, o cenário muda. No mês analisado, homens casados pagaram 13% a menos do que mulheres solteiras. Neste mesmo sentido, mulheres casadas pagaram 51% a menos do que homens solteiros.
A região onde o segurado reside é um fator muito importante na precificação do seguro, já que interfere diretamente nas taxas de roubo e furto. De acordo com o estudo, a região metropolitana do Rio de Janeiro, por exemplo, pagou 6,5% do valor do carro em seguro em outubro, aproximadamente 91% a mais comparado com a região metropolitana de Belém, que pagou 3,4% — o índice mais baixo das regiões comparadas.
Já quando observa-se as zonas (norte, sul, leste, oeste e centro), na cidade de São Paulo, a zona leste obteve o índice mais caro, 7,9% — sendo 52% mais caro que a zona sul, região com a qual faz fronteira. No Rio de Janeiro, a distância entre os extremos se destaca: a zona norte, região de maior índice, pagou quase 86% a mais que a sul, região de menor índice.
O levantamento também traz o ranking dos carros mais cotados pelo Teleport, ferramenta utilizada pelas corretoras de seguros do país. Os números são fundamentais para entender quais carros as pessoas estão pesquisando para colocar seguro. No primeiro lugar, novamente, aparece o Chevrolet Onix, que se manteve na liderança com 5,7% do volume total de cotações, seguido pelo Hyundai HB20 com 4,6% e pelo Nissan Kicks com 3%.
O preço do seguro também é influenciado por outras características além da marca e do modelo, como quilômetros rodados, idade do veículo e o tipo de propulsão ou o combustível do veículo, podendo ser híbridos, elétricos e à combustão. “Carros mais antigos possuem o custo de reparo mais alto porque as Seguradoras utilizam peças novas e originais. Esses veículos também sofrem mais com roubo e furto”, pontua o estudo.
No comparativo do IPSA por idade do veículo, em outubro de 2023, Um carro com 6 a 10 anos de uso pagou 114% a mais de seguro comparado a um zero KM. Dentre os combustíveis, os seguros de automóveis a diesel se mantiveram no topo com o IPSA em 4,2%, 2,4% maior que o índice da gasolina. Já o índice de elétricos caiu 7,9%, mas ainda se manteve acima do de híbridos, com 2,9%, menor valor dos últimos 13 meses.