Petrobras (PETR4) voltará a distribuir menos dividendos, diz Barsi
Para Luiz Barsi, a Petrobras deixará de apresentar resultados tão fortes porque a economia brasileira não aguenta as fortes oscilações dos preços dos combustíveis
Karla Mamona
Publicado em 14 de julho de 2022 às 13h58.
Luiz Barsi, um dos maiores investidores pessoa física no Brasil, acredita que a Petrobras (PETR4) deve reduzir a distribuição de dividendos futuramente. Nas redes sociais do Ações Garantem Futuro, empresa de Louise Barsi (filha do bilionário), o investidor afirmou que a estatal deixará de apresentar resultados tão fortes, reflexo do aumento do preço do combustível, porque a economia brasileira não suportará oscilações de preços como tem ocorrido.
“Quem tem ações da Petrobras, logo, será vítima. Ela voltará a ser aquilo que era. Porque não é possível um país conviver com uma oscilação tão agressiva nos preços dos combustíveis. A economia não irá suportar isso. Eu acho que logo, a Petrobras vai voltar ao seu normal, terá resultados menos fantasiosos e não distribuirá tanto dividendos, como está distribuindo.”
Louise Barsi, analista e economista, comentou sobre as afirmações de Barsi. Louise disse que tem ações da Petrobras em sua carteira de investimentos e disse que comprar papéis da estatal com margem de segurança vale a pena. "Mas jamais vai ser a maior posição, ou privativa ou estatiza tudo, meio termo não funciona."
Na próxima semana, dia 20 de julho, a Petrobras irá pagar a segunda parcela da remuneração aos acionistas. O pagamento será no valor de mais de 24,25 bilhões de reais e são referentes ao primeiro trimestre desse ano.
No final de junho, a estatal pagou a primeira parcela. O valor distribuído correspondido a dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) de R$ 1,857745 por ação ordinária e preferencial em circulação, com base na posição acionária de 23 de maio de 2022, totalizando R$24,25 bilhões.
Nos primeiros três meses de 2022, a Petrobras reportou um lucro líquido de44,561 bilhões de reais, um aumento deR$ 1,16 bilhão obtido do mesmo período do ano passado, quando a empresa ainda sofria os impactos da pandemia.
Com o aumento dos combustíveis, a Petrobras tem sofridos sucessivas trocas de comando. Ao todo, foram 4 presidentes no governo Bolsonaro. Três foram demitidos, Roberto Castello Branco, Joaquim Silva e Luna e José Moura Coelho e Fernando José, comandou a estatal de forma interina até a chegada de Caio Paes de Andrade, atual CEO.
Desde governo Temer, a companhia adotou a Preço de Paridade Internacional (PPI) para definir o valor que cobrará dos distribuidores. Dessa maneira, a estatal considera o preço dos combustíveis praticado no mercado internacional. Como o preço no mercado internacional é em dólar, a cotação da moeda também influencia o cálculo.
Para explicar os preços praticados, a Petrobras lançou um site para explicar aos consumidores como são formados os preços da gasolina, diesel e gás de cozinha. Além da formação dos preços dos combustíveis, no endereço ( precos.petrobras.com.br ), os consumidores podem filtrar informações sobre os valores pela média nacional ou por estados, considerando os impostos estaduais e outras variáveis locais.
De acordo com a estatal, osite foi desenvolvido devido a procura pelos consumidores dessas informações no site institucional da companhia. Nos últimos seis meses, a formação de preço dos combustíveis, foi a informação mais acessada no site da Petrobras, com quase 1,5 milhão de visualizações.