Minhas Finanças

Os melhores e os piores investimentos de julho

Ouro é a melhor aplicação do mês e LTN, título do Tesouro Nacional, tem o melhor resultado da renda fixa


	Barras e moedas de ouro: Diante da apreensão do mercado, metal atrai investidores por seu um ativo real
 (Mario Tama/Getty Images)

Barras e moedas de ouro: Diante da apreensão do mercado, metal atrai investidores por seu um ativo real (Mario Tama/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 1 de agosto de 2013 às 10h19.

São Paulo – No mês de julho, os títulos do Tesouro Direto que remuneram o investidor com uma taxa prefixada, as Letras do Tesouro Nacional (LTN), com prazo de vencimento em 2016, foram os investimentos com melhor resultado entre as aplicações em renda fixa, que são as mais conservadoras. Considerando todas as aplicações, em renda fixa e renda variável, o ouro e os fundos Ibovespa ativo, que buscam superar a performance do Ibovespa, tiveram a melhor performance.

Os resultados mensais ajudam o investidor a balancear sua carteira de aplicações financeiras, mas para tomar uma decisão sobre qual investimento escolher é preciso estudar quais foram os rendimentos das aplicações em um prazo maior, quais são seus fundamentos e se eles combinam com os objetivos do investidor. Um investimento com ótimos resultados em um mês pode não ser a melhor opção para o mês seguinte, afinal, rentabilidade passada não é garantia de retorno futuro.

Confira na tabela o ranking de desempenho de cada aplicação, além dos índices de inflação (IPCA e IGP-M), o principal índice da Bolsa (Ibovespa) e as taxas básicas de juros (Selic e CDI). E veja em seguida a análise dos investimentos em renda fixa e em renda variável.

Aplicação Desempenho em julho Desempenho no ano Fechamento em
Ouro 9,16% -11,87 30/07/2013
Fundos de ações Ibovespa Ativo* 4,70% -8,59% 25/07/2013
Fundos de ações livres* 3,96% -7,75% 25/07/2013
Dólar comercial 2,24% 11,54% 30/07/2013
Fundos de ações dividendos* 1,92% -5,30% 25/07/2013
Fundos de ações Small Caps* 1,74% -11,96% 25/07/2013
Fundos Multimercado Macro* 1,64% 3,51% 25/07/2013
Ibovespa 1,64% -20,86 31/07/2013
Fundos Multimercado Multiestratégia* 1,53% 2,23% 25/07/2013
Fundos Multimercados Juros e Moedas* 0,97% 1,99% 25/07/2013
LTN (vencimento em 01/01/2016)* 0,97% -0,47% 31/07/2013
Fundos de Renda Fixa* 0,83% 3,48% 25/07/2013
NTN-F (vencimento em 01/01/2014)* 0,79% 3,38% 31/07/2013
NTN-F (vencimento em 01/01/2017)* 0,79% 3,38% 31/07/2013
LTN (vencimento em 01/01/2014)* 0,78% 3,34% 31/07/2013
LFT (vencimento em 07/03/2014)* 0,72% 4,27% 31/07/2013
LFT (vencimento em 07/03/2015) 0,69% 4,27% 31/07/2013
Fundos referenciados DI* 0,69% 4,18% 25/07/2013
Selic* 0,66% 4,19% 30/07/2013
CDI* 0,61% 4,06% 29/07/2013
Poupança antiga 0,50% 3,55% 28/07/2013
IGP-M (estimativa do Banco Central) 0,48% 4,94%** 26/07/2013
Poupança nova* 0,45% 3,00% 28/07/2013
NTN-B Principal (vencimento em 15/05/2015)* 0,31% 0,72% 31/07/2013
NTN-B (vencimento em 15/05/2015)* 0,30% 0,90% 31/07/2013
IPCA (estimativa do Banco Central) 0,05% 5,75%** 26/07/2013
Fundos de Investimento Imobiliário (IFIX) -0,56% -9,13% 30/07/2013
NTN-B (vencimento em 15/08/2050)* -4,26% -17,55% 31/07/2013
NTN-B Principal (vencimento em 15/05/2035)* -4,27% -20,00% 31/07/2013

Fontes: Banco Central, BM&FBovespa, Tesouro Nacional e Anbima.
(*) Últimos 30 dias até a data de fechamento
(**) Expectativa de inflação para o ano de 2013. 


Renda Fixa

Entre as aplicações de renda fixa, que são mais conservadoras e têm sua forma de remuneração pré-definida, as Letras do Tesouro Nacional (LTN) com vencimento em 2016 tiveram a melhor rentabilidade. Esse tipo de título paga ao investidor uma taxa de juro prefixada.

“Como a curva de juros futuro foi ajustada para baixo, já que em maio e junho a expectativa de juros futuro estava muito alta, em patamares acima de 9,5%, esse ajuste para baixo da taxa futura faz com que os preços da LTN subam para se ajustar. A LTN é totalmente relacionada à expectativa dos juros futuros”, explica Alexandra Almawi, economista da Lerosa Investimentos.

Quando os títulos do Tesouro Nacional são levados até o vencimento, eles pagam ao investidor exatamente a remuneração acordada no momento da compra. Mas, quando os títulos são vendidos antes do vencimento, o investidor fica sujeito às oscilações do mercado, por isso existem essas variações (entenda como ocorre o processo de marcação a mercado, responsável pelo sobe e desce dos títulos).

Os fundos de renda fixa tiveram o segundo melhor resultado das aplicações de renda fixa. “Esses fundos costumam ter muitos títulos indexados à inflação e títulos prefixados. Como neste mês a expectativa de inflação recuou e os títulos prefixados se ajustaram com a redução da taxa futura de juros, esses fundos que sofreram pancadas fortes em maio e junho agora estão recebendo um ajuste para cima”, comenta Alexandra.

As Notas do Tesouro Nacional série F (NTN-Fs) também tiveram um bom resultado no mês. Como são títulos prefixados, eles tiveram uma boa performance no mês pelo mesmo motivo que as LTNs.

As Notas do Tesouro Nacional série B com vencimento em 2035 e 2050 ficaram entre os piores investimentos do ano. Esses papéis remuneram o investidor com uma taxa de juro prefixada mais a variação da inflação medida pelo IPCA. Como a inflação tem subido em uma velocidade menor neste ano, as NTN-Bs perdem sua atratividade e por isso têm registrado um rendimento menor do que no ano passado.

Mesmo assim, especialistas recomendam o investimento nas NTN-Bs para quem visa o longo prazo, já que se o título for levado até o vencimento, ele garante uma remuneração acima da inflação ao investidor, enquanto outros investimentos podem não bater a alta dos preços. Além disso, atualmente as taxas das NTN-Bs estão bem elevadas, na casa dos 5% ao ano (sem contar o IPCA). 

Os títulos do Tesouro Direto mostrados na tabela que estão disponíveis para compra atualmente são as NTN-B Principal com vencimento em 2035, as NTN-B com vencimento em 2050 e as LTN com vencimento em 2016.


Renda variável 

O principal índice dereferência da Bolsa brasileira, o Ibovespa, fechou o mês de julho com alta de 1,64%, o primeiro resultado mensal positivo do ano de 2013. No acumulado do ano, o índice acumula uma desvalorização de 20,86%.

As aplicações de renda variável (que não têm uma forma de remuneração pré-definida) ficaram com melhores resultados no mês. O ouro teve uma valorização de 9,16% (até 30 de julho) e ficou no topo do balanço de investimentos do mês. Como o ouro é um ativo real, ele vira um refúgio para investidores em momentos de crise.

“Sempre que o mercado fica apreensivo, o ouro tende a ganhar. Ele é o famoso ‘porto-seguro’ dos investimentos. E como os mercados ainda estão muito voláteis e os investidores perderam muito dinheiro nos meses anteriores, eles migram paro o ouro, que com o aumento da demanda tem uma alta no preço”, explica Alexandra Almawi.

Os fundos de ações Ibovespa ativo tiveram a segunda melhor performance do ranking. Esse tipo de fundo tem o objetivo de superar a performance do Ibovespa, aplicando nas mesmas ações que fazem parte da carteira do índice, mas dando pesos diferentes à cada ativo. “O Ibovespa teve uma recuperada leve depois da forte perda em maio e junho. E diante dessa recuperação é natural que o Ibovespa ativo, que briga para ser melhor do que o Ibovespa, tenha tido uma alta ainda maior”, diz a economista da Lerosa.

Também foram beneficiados com a alta da Bolsa os fundos de ações livres, os fundos de ações dividendos e os fundos de ações small caps. 

O bom desempenho do dólar, segundo Alexandra, reflete a tendência externa de alta da moeda norte-americana. “Como os Estados Unidos estão se fortalecendo, há uma forte migração de capital no mundo para lá. Com o fortalecimento da economia americana e as críticas de investidores estrangeiros sobre a economia brasileira, o dólar se valoriza frente ao real”, comenta a economista.

Os fundos multimercados também ficaram no topo do ranking. São fundos que investem em vários tipos de ativo, tanto em renda fixa como em renda variável, optando pela melhor estratégia de acordo com o cenário econômico. Para Alexandra, a performance positiva dessas aplicações também foi puxada pela retomada da Bolsa e pela alta do dólar, especialmente no caso dos fundos multimercados juros e moedas. 

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