Minhas Finanças

Nesta startup de consórcio você pode planejar quando será contemplado

A desvantagem de um consórcio é a falta de previsibilidade sobre quando você receberá o dinheiro. A CarroParaTodos tem uma ferramenta para acabar com isso

Renault Kwid (Silvio Gioia/Quatro Rodas)

Renault Kwid (Silvio Gioia/Quatro Rodas)

Anderson Figo

Anderson Figo

Publicado em 19 de maio de 2019 às 07h00.

Última atualização em 19 de maio de 2019 às 07h00.

São Paulo — Entrar em um consórcio para comprar um carro pode ser uma boa opção para quem não tem pressa, não tem muito dinheiro para dar de entrada e não tem disciplina financeira para poupar parte do salário todo mês. A desvantagem da modalidade sempre foi a falta de previsibilidade sobre quando a contemplação vai acontecer, ou seja, quando você de fato terá acesso à carta de crédito para adquirir o bem.

Uma startup criou um modelo digital que quer facilitar a vida de quem está pensando em entrar em um consórcio. A CarroParaTodos permite que você planeje e defina quando será contemplado antes de começar a pagar as parcelas.

Funciona assim: o site apresenta diversos modelos de veículos, seus valores e parcelas. Você consegue escolher o plano ideal para o seu orçamento. A CarroParaTodos tem 239 planos de consórcio, com prazos de 31 a 80 meses. Você escolhe o plano e a parcela, e o sistema busca os melhores grupos dentre os 470 em andamento.

Antes de contratar o consórcio na CarroParaTodos, é possível saber as chances de ser contemplado simulando os valores de lance com a data planejada. A startup ajuda a planejar o lance vencedor por meio de simulações estatísticas. Assim, você pode se programar, pois decide quando quer ser contemplado.

A ferramenta foi criada a partir de uma parceria com a administradora Disal Consórcio, através da qual os sócios da CarroParaTodos, Mauricio Simões e Kaio Mano, conseguiram informações sobre as milhares de assembleias e contemplações de centenas de grupos em uma base histórica.

Os empreendedores procuraram, então, um expert em estatística e matemática, o Prof. Dr. Hélio Lopes, que conseguiu modelar e responder a pergunta usando técnicas de análise preditiva. A etapa seguinte foi embutir a nova ferramenta no processo de venda do consórcio online.

Mauricio Simões, um dos sócios da startup, diz que a CarroParaTodos surgiu por causa da carência de tecnologia para o usuário final no segmento de consórcios. Em sua maioria, as vendas são realizadas presencialmente ou por telemarketing. Além disso, é um setor que apresenta grande volume de transações, porém com muito desencontro de informação.

Segundo ele, um dos principais objetivos da CarroParaTodos, além da comodidade e segurança nas transações, é combater as desinformações do setor. "O consórcio é um maravilhoso sistema genuinamente brasileiro para compra de bens e serviços de valores elevados e isso precisa ser mais bem conhecido, melhor explicado e ter maior transparência", diz.

O investimento inicial dos sócios no projeto foi de 1 milhão de reais. A expectativa é captar novos investimentos em 2019. Simões foi fundador do iCarros, vendido ao Itaú em 2007, e foi sócio fundador da i-Cherry, agência digital vendida em 2010 para a JW Thompson. Além da startup, Mauricio é um dos sócios do Grupo AB Abolição, tradicional rede de concessionárias do Rio de Janeiro.

Vale a pena?

O especialista em crédito Marcelo Prata, fundador dos sites Canal do Crédito e Resale, avalia que o consórcio pode ser uma boa opção para o consumidor que não tem disciplina para juntar dinheiro para comprar um carro ou não tem um valor alto para dar de entrada na compra financiada do bem.

"Se a pessoa tiver mais do que 50% do valor do carro na mão para dar de entrada, não vale a pena recorrer ao consórcio porque irá pagar uma taxa de administração que pode ser alta", diz Prata. No caso da CarroParaTodos, a taxa de administração varia de 14% a 20%, com eventuais promoções em parceria com a Disal Consórcio.

Outra recomendação que o especialista dá para quem estiver interessado em entrar em um consórcio de carro é identificar logo de cara qual é a administradora parceira da plataforma de venda. Ela que será responsável pelo recolhimento do dinheiro — a plataforma de vendas só recebe um percentual sobre as vendas realizadas, que é pago pela administradora.

A administradora do consórcio deve estar devidamente autorizada pelo Banco Central para exercer esse papel. Há uma lista no site do BC com os nomes das companhias que possuem o aval do regulador. Também vale pesquisar na internet sobre a reputação da empresa em sites como o Reclame Aqui.

Ler o contrato com cuidado e estar 100% ciente das regras do consórcio é fundamental, mesmo quando você fizer a contratação pela internet. É nesse documento que constam as informações sobre eventuais taxas e penalizações caso você desista de pagar as parcelas, por exemplo.

Também é importante lembrar que não há restrições para começar a pagar um consórcio, mas, quando você for contemplado, passará por uma análise de crédito para poder receber o dinheiro — logo, estar com o nome sujo pode ser um problema ou você poderá ter que encontrar um fiador para concluir a operação, dependendo do caso.

O consórcio é uma das modalidades mais utilizadas para adquirir veículos no Brasil. A cada ano, essa demanda vem aumentando. Segundo dados da ABAC (Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios), em dezembro de 2018, o total de consorciados ativos chegou a 7,157 milhões. Em 2018, o sistema de consórcio concedeu 40,43 bilhões de reais em créditos.

Acompanhe tudo sobre:CarrosConsórciosCréditoeducacao-financeiraEmpréstimosFinançasStartups

Mais de Minhas Finanças

Mega-Sena acumula novamente e prêmio principal vai para R$ 200 milhões

Mega Millions acumula e sorteia quase R$ 2 bilhões; saiba como apostar nesta sexta-feira

BC: 'dinheiro esquecido' soma R$ 8,53 bilhões; prazo para contestar recolhimento ainda está aberto

Resultado da Mega-Sena concurso 2.794; prêmio é de R$ 140 milhões