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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.
As ações do Banco do Brasil (BB) são a melhor opção, entre as instituições financeiras brasileiras, para quem quer aproveitar a expansão da demanda por empréstimos e a sofisticação das condições de crédito na América Latina, afirmou nesta sexta-feira (14/03) o banco de investimentos americano Goldman Sachs (veja abaixo a tabela com as recomendações de compra ).
Mesmo reduzindo sua expectativa de crescimento para os papéis do Banco do Brasil em 3%, a área de corretagem do Goldman Sachs nos Estados Unidos elevou de "venda" para "compra" sua avaliação quanto às ações da empresa brasileira. Os papéis da companhia devem chegar a 32 reais por unidade, na avaliação dos analistas, um aumento de 24% em relação à cotação do início do pregão desta sexta-feira, de 25,77 reais.
A reação do mercado à avaliação do Goldman Sachs já podia ser percebida logo após a divulgação do relatório. Às 13h, os papéis do banco subiam 2,5% na Bolsa de Valores de São Paulo.
O motivo do otimismo quanto ao BB, por parte do Goldman Sachs, é o fato de as ações estarem mais baratas do que a de seus concorrentes, num setor com fortes perspectivas de crescimento. Desde que o banco americano iniciou a cobertura do setor, em 11 de fevereiro deste ano, os papéis do Banco do Brasil despencaram 8,8%, ante um aumento de 2,5% do Ibovespa, puxados principalmente pelo desempenho "decepcionante" do 4º trimestre de 2007, nas palavras dos analistas. A fase de baixa teria criado um bom momento para adquirir as ações do banco antes que elas voltem a se valorizar, com base no cenário traçado para todo o setor, de taxas de juros ainda altas, baixa inadimplência e perspectiva de expansão de 20% na demanda por empréstimos.
O Goldman ainda ressalta que a expectativa de valorização das ações do BB não levou em conta a possibilidade de abertura de capital da Visanet, a operadora de cartões de crédito da qual a instituição possui uma fatia de 32%. Nesse caso, o desempenho dos papéis da instituição seria ainda melhor do que o previsto.
Itaú e Bradesco rebaixados
Na contramão do Banco do Brasil, as ações dos dois maiores bancos privados do país, o Itaú e o Bradesco, caíram na avaliação do Goldman Sachs.
No caso do Itaú, a recomendação passou de "neutro" para "venda", por causa da forte valorização dos papéis nas últimas semanas, que acabaram por deixá-los mais próximos do limite de valorização. Resultados positivos no quarto trimestre de 2007 e um programa de recompra elevaram a cotação das ações preferenciais (PN, sem direito a voto) em 11%, no mesmo período em que o BB perdeu 8,8%.
Por causa do salto nos preços, o Goldman Sachs recomenda ao investidor que opte pelos papéis da Itaúsa, caso queira apostar no Itaú. Eles podem subir até 23%, ante uma elevação de 17,3% das ações preferenciais do banco.
As avaliações do Goldman Sachs | |||||
Banco |
Recomendação Atual
|
Recomendação anterior
|
Preço (14/03/08)
|
Preço-alvo
|
Valorização
|
Banco do Brasil |
Compra
|
Venda
|
R$25.77
|
R$32.00
|
24%
|
Itausa |
Compra
|
Compra
|
R$10.55
|
R$13.00
|
23%
|
Bradesco |
Neutro
|
Compra
|
R$51.90
|
R$63.00
|
21%
|
Bradesco (ADR) |
Neutro
|
Compra
|
R$30.94
|
R$35.00
|
13%
|
Daycoval |
Neutro
|
Neutro
|
R$12.81
|
R$15.30
|
19%
|
Itau |
Venda
|
Neutro
|
R$41.41
|
R$48.60
|
17%
|
Itau (ADR) |
Venda
|
Neutro
|
R$24.81
|
R$27.00
|
9%
|
Unibanco |
Venda
|
Venda
|
R$21.65
|
R$25.40
|
17%
|
Unibanco (GDR) |
Venda
|
Venda
|
R$128.97
|
R$141.00
|
9%
|
O Bradesco, por sua vez, obteve um ganho de 12,8% em seus papéis, nas últimas semanas, razão pela qual o Goldman rebaixou sua avaliação de "compra" para "neutro". O banco americano aponta a compra da corretora Ágora, efetuada no fim de fevereiro, como um passo positivo na trajetória do Bradesco e reconhece que a instituição brasileira tem condições de manter uma valorização de até 21% em seus papéis preferenciais, nos próximos seis meses, mas sugere que a recente valorização reduziu o fôlego de curto prazo das ações do banco, na comparação com seus concorrentes.
Na Bovespa, as ações PN do Itaú apresentavam queda de 1,16%, às 13h desta sexta-feira, enquanto os papéis PN do Bradesco caíam 1,89%. As preferenciais da Itaúsa também sofriam perdas, com baixa de 1,59%.