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Financiamento pró-cotista da Caixa reabre com juros maiores

A linha de crédito pró-cotista da Caixa deixou de ser a melhor alternativa para quem não se enquadra nas regras do Minha Casa, Minha Vida

 (Pilar Olivares/Reuters)

(Pilar Olivares/Reuters)

Anderson Figo

Anderson Figo

Publicado em 16 de janeiro de 2019 às 05h30.

Última atualização em 16 de janeiro de 2019 às 05h30.

São Paulo — A Caixa reabriu neste mês a linha de crédito pró-cotista, que usa recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). O banco aumentou os juros cobrados nesse tipo de empréstimo, que deixou de ser a melhor opção para quem não se enquadra nas regras do Minha Casa, Minha Vida.

A pró-cotista era tradicionalmente considerada a mais barata do mercado, mas, agora, os juros dessa linha já superam as taxas praticadas nos financiamentos pelo SFH (Sistema Financeiro Habitacional).

Segundo a Caixa, os juros da pró-cotista subiram para a faixa entre 8,76% e 9,01% ao ano —antes disso, estavam entre 7,85% e 9,01%. No SFH, os financiamentos têm taxas a partir de 8,75% ao ano.

O aumento dos juros na pró-cotista foi aprovado em meados de dezembro, ainda no governo de Michel Temer. Quem estiver pensando em financiar um imóvel em 2019, agora, deve fazer as contas e colocar na ponta do lápis todas as opções disponíveis.

Vale lembrar que os recursos destinados à linha pró-cotista todos os anos são limitados e geralmente acabam antes do fim do ano. Em 2018, só duraram até o começo de agosto para imóveis usados.

Em nota, a Caixa informou que, para 2019, o orçamento disponibilizado para o programa pró-cotista é de 4,5 bilhões de reais. O valor destinado à Caixa ainda será definido pelo Conselho Curador do FGTS.

O Banco do Brasil, assim como a Caixa, também oferece a linha de crédito pró-cotista. Entre as instituições privadas, o Santander passou a oferecer a pró-cotista em 2018, mas apenas para imóveis novos e financiados pelo próprio banco.

EXAME apurou que o Bradesco vai passar a oferecer a pró-cotista ainda no primeiro trimestre de 2019. Veja abaixo um comparativo das taxas, segundo levantamento do site EXAME.

InstituiçãoSFH - Imóveis de até R$ 1,5 milhãoImóveis acima de R$ 1,5 milhão (carteira hipotecária ou SFI)Linha Pró-Cotista FGTS
CAIXAa partir de 8,75% ao ano + TRa partir de 9,50% ao ano + TREntre 8,76% e 9,01% ao ano + TR
BRADESCOa partir de 8,85% ao ano + TRa partir de 8,85% ao ano + TRVai disponibilizar a linha no primeiro trimestre de 2019
ITAÚa partir de 8,30% ao ano + TRa partir de 8,30% ao ano + TRNão disponível
SANTANDERa partir de 8,99% ao ano + TRa partir de 9,49% ao ano + TRLinha disponível para imóveis novos financiados pelo banco, mas as condições não foram divulgadas
BANCO DO BRASILa partir de 8,49% ao ano + TRNão tem SFI, mas cobra juros a partir de 8,85% ao ano + TR na carteira hipotecária9,00% ao ano + TR

Diferenças

A vantagem da linha pró-cotista é que ela aceita imóveis de até 1,5 milhão reais em todo o país. É possível financiar até 80% do valor do imóvel. Enquanto isso, o Minha Casa Minha Vida só aceita imóveis de até 300 mil reais.

Outra diferença é que o financiamento pelo MCMV só está disponível para quem tem renda de até 9 mil reais, enquanto a linha pró-cotista não tem limite de renda. Porém, para ter acesso à pró-cotista, é preciso ter conta ativa no FGTS há pelo menos 36 meses ou uma conta ativa no FGTS com saldo de pelo menos 10% do valor do imóvel.

Quem não se encaixa nas exigências da linha pró-cotista pode financiar o imóvel através do SFH (Sistema Financeiro de Habitação), que também usa os recursos do FGTS. O limite de preço dos imóveis financiados pelo SFH é o mesmo da linha pró-cotista, com taxas que começam em 8,30% ao ano mais TR (taxa referencial), no Itaú (veja as taxas nos demais bancos na tabela acima).

Se o valor do imóvel for maior do que 1,5 milhão de reais, é possível financiar através da linha SFI (Sistema de Financiamento Imobiliário) ou Carteira Hipotecária. As taxas desse tipo de crédito também começam em 8,30% ao ano mais TR, no Itaú.

É importante ressaltar que as taxas informadas são padronizadas, mas podem variar conforme o relacionamento do cliente com cada banco. Isso vale tanto para os financiamentos através do SFH quanto para os financiamentos através do SFI.

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