Minhas Finanças

Com declaração de Paulo Guedes, dólar turismo é vendido a R$ 4,50

Ministro da Economia declarou, em um evento nos Estados Unidos, que câmbio de equilíbrio "tende a ir para um lugar mais alto"

Dólar: ministro afirmou que é bom se acostumando com câmbio mais alto por um bom tempo (Vadym Petrochenko/Getty Images)

Dólar: ministro afirmou que é bom se acostumando com câmbio mais alto por um bom tempo (Vadym Petrochenko/Getty Images)

Karla Mamona

Karla Mamona

Publicado em 26 de novembro de 2019 às 13h12.

São Paulo - Com a disparada do dólar comercial nesta terça-feira, o dólar turismo era vendido por até 4,50 reais em São Paulo, segundo o comparador de taxas MelhorCâmbio.com.  Para recarregar cartões de viagem pré-pagos, a cotação chega perto de 4,70 reais. Esses preços já incluem o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), que é de 1,1% para moeda em espécie e de 6,38% para os cartões pré-pagos.

O mau humor do mercado em relação ao dólar está associado as declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, que afirmou ontem, em um evento nos Estados Unidos, que câmbio de equilíbrio "tende a ir para um lugar mais alto". Segundo ele,  “é bom se acostumar com juros mais baixos no país por um bom tempo e com o câmbio mais alto por um bom tempo”. No ano, o dólar acumula alta de 9% frente ao real.

Para Thiago Salomão, analista da Rico Investimentos, a alta do dólar não tem a ver com uma piora de percepção dos investidores em relação ao Brasil. Entretanto, o cenário de juros baixo tira o interesse do investidor especulador,  que enxergava o Brasil como um país para fazer “carry trade”, que é a combinação entre fazer uma posição vendida em moeda com taxa de juros mais baixa e outra comprada em moeda com juro mais alto. 

O que fazer?

Diante do cenário, quem pretende viajar e precisa comprar dólar deve continuar atento ao noticiário, já que além da política interna, o câmbio também é impactado por questões externas, como guerra comercial entre Estados Unidos e China. Mas qual é a melhor hora para comprar a moeda? 

Para Alexandre Monteiro, sócio MelhorCambio.com, não é possível travar uma data de melhor compra, já que a moeda é flutuante. O ideal é comprar quando houver uma baixa na cotação dólar. Para isso, ele explica que a pessoa deve deixar um dinheiro reservado para comprar a moeda aos poucos. “A compra deve ser fracionada. Ou seja, em dias diferentes. Assim, diminui o tíquete médio de compra.”

Sobre a utilização de cartão pré-pago, apesar de ser mais seguro do que o dinheiro em espécie, Monteiro orienta que a pessoa deixe uma reserva baixa para ser utilizado em compras esporádicas, já que o IOF do cartão é maior. “É importante ter dinheiro vivo para emergência. Também é muito mais fácil de trocar dependendo do país que você for”, acrescenta. 

Como economizar

Para diminuir prejuízos com a alta da moeda americana ante o real, além de comprar dólares aos poucos, o caminho é pesquisa. A pesquisa pode ser feita inicialmente no site do Banco Central, com a ferramenta Ranking do VET, que mostra as corretoras de câmbio que praticam o Valor Efetivo Total (VET) mais vantajoso na compra da moeda.

O VET é uma taxa que inclui não apenas o custo da moeda estrangeira, mas também as tarifas e o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) incidentes na conversão.

Contudo, os valores praticados pelas instituições financeiras hoje podem ser diferentes daqueles praticados no mês de referência da pesquisa. O ranking, portanto, deve ser utilizado apenas como uma sinalização sobre quais casas podem cobrar os menores preços.

Para chegar a uma conclusão mais precisa, é recomendável pesquisar os custos que as corretoras oferecem no dia em que será feita a conversão e, por fim, checar se a conversão é, de fato, a mais vantajosa em sites comparadores de preços, que mostram as cotações em tempo real, tomando o cuidado de verificar se todas as corretoras que cobram uma taxa de conversão melhor estão incluídas na listagem.

 

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