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Cinco tendências econômicas que devem se acelerar nos próximos anos

De acordo com a PIMCO, taxas de juro baixas no longo prazo e um mundo menos globalizado podem ser alguns dos efeitos da pandemia

PIMCO: considerada umas das maiores gestoras de fundos globais, empresa destaca cinco tecnologias que devem ser aceleradas nos próximos anos (Agência/Getty Images)
GS

Gabriella Sandoval

Publicado em 1 de dezembro de 2020 às 11h52.

Última atualização em 9 de dezembro de 2020 às 10h42.

Ainda é difícil mensurar os reais efeitos da pandemia de covid-19 no mercado financeiro global. A velocidade em que se dará a recuperação da economia depende a adoção de medidas eficazes para o combate do coronavírus.

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No entanto, alguns fatores mostram que a perspectiva é de uma recuperação econômica lenta e longa. “Na nossa visão, essa recuperação será no formato em V, mas muito assimétrico, ou seja, após uma queda muito forte e muito rápida haverá uma volta devagar e muito longa”, explica Luis Otávio Oliveira, vice-presidente da PIMCO para América Latina e Caribe.

Para Oliveira, serão necessários alguns anos para tudo se estabilizar. “Provavelmente, o produto interno bruto de economias desenvolvidas deverá voltar somente em 2022 ao patamar de dezembro de 2019”, explica.

Seguindo essa diretriz, cinco tendências devem se acelerar nos próximos anos, de acordo com a PIMCO, umas das maiores gestoras de fundos globais.

1. Taxas de juro baixas por um período muito longo

“Uma série de países e corporações estão extremamente endividadas. Imagine um país tendo de rolar uma dívida com uma taxa de juro mais alta? O custo da dívida fica impagável. Então, provavelmente, a gente vai ter taxas de juro muito baixas por um período mais longo”, explica o vice-presidente da PIMCO para América Latina e Caribe.

2. Saving glut

É o excesso de poupança e que deve impactar o PIB. “Imagine uma pessoa com 50 anos de idade com expectativa de vida de 85 anos que pretende se aposentar aos 65. Ela olha para o mercado financeiro e percebe que teremos taxas de juro muito baixas por um período longo. Com isso, ela provavelmente vai poupar mais dinheiro agora para conseguir manter o padrão de consumo ao se aposentar. Afinal, ela sabe que não poderá contar os efeitos de juros compostos daqui para a frente”, diz Luis Oliveira.

3. O mundo será menos globalizado no longo prazo

A pandemia deixou evidente a dependência do mundo em relação a certos países. “É provável que no longo prazo os governos não queiram mais ficar dependentes de China, Índia e outros países que acabam concentrando a produção de uma série de produtos e serviços”, explica. Com isso, a criação de fábricas locais será fomentada.

4. Pequena aceleração da inflação

Como consequência do incentivo da implementação de fábricas locais, pode-se ter uma pequena aceleração na inflação no médio e longo prazo. “Produzir algo nos Estados Unidos será mais caro do que na China”, diz Luis Oliveira.

Além disso, a tendência é que os bancos centrais sejam mais lenientes com a inflação, porque essa é uma forma de desalavancar a economia.

5. Coordenação dos bancos centrais

“Achamos que os bancos centrais de vários países vão ter de se coordenar muito mais no ponto vista fiscal e monetário para que suas políticas sejam mais eficazes”, finaliza.

6. Então, como aproveitar essas tendências?

Além de ter um portfólio balanceado, diversificado e adequado ao próprio objetivo, uma estratégia é no atual momento ser provedor de liquidez. “Em momentos de crise, muita gente tem de desmontar sua posição. Quando você tem muita gente vendendo ativos, esses ativos vão ficando muito baratos. Você pode ser provedor de liquidez: comprar esses ativos com grandes descontos”, conta Oliveira.

Outro ponto importante é exercitar a paciência para conseguir tirar proveito das grandes correções que ocorrem no mercado em momentos de crise.

7. Onde investir

“O que vemos é que muitas empresas estão passando por dificuldades e acabam tendo de emitir dívidas. E, diferentemente do que acontecia antes da pandemia, essas novas emissões estão saindo com garantias melhores e prêmios muito mais atrativos. Então, a gente tem tirado proveito dessas novas emissões, claro, sempre analisando caso a caso, mas existem muitas emissões que estão saindo bem mais atrativas do que há quatro ou cinco meses atrás”, finaliza Luis Oliveira.

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