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Chocolate em barra e compra em atacarejo: a Páscoa do brasileiro em 2023

A pedido da EXAME Invest, a Scanntech, empresa de dados para varejo e indústria, levantou dados da venda de chocolates quatro semanas até 15 dias antes do feriado

Menos ovos e mais barras (Leandro Fonseca/Exame)

Menos ovos e mais barras (Leandro Fonseca/Exame)

Raquel Brandão
Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 5 de abril de 2023 às 12h38.

Última atualização em 6 de abril de 2023 às 14h10.

O bolso mais apertado e os preços elevados dos ovos de Páscoa estão fazendo o consumidor adotar algumas estratégias na Páscoa 2023. Uma delas já é velha conhecida: no lugar de ovos, a preferência na cesta de compras é por barras.

Ovos de páscoa dão lugar as barras de chocolate

A pedido da EXAME Invest, a Scanntech, empresa de dados para varejo e indústria, levantou dados da venda de chocolates quatro semanas até 15 dias antes da Páscoa. Em 2023, as vendas totais de chocolate cresceram 10,8%, mas esse impulso veio principalmente das barras de chocolate que cresceram 13,2%, enquanto a venda de ovos de páscoa caiu 7,2%.

Veja também: Do chocolate ao vinho: imposto representa até 60% do valor dos produtos de Páscoa

De acordo com dados da Confederação Nacional de Comércio (CNC), os chocolates estão em média 13,9% mais caros nesta Páscoa. É justamente a inflação a principal alavanca para uma expectativa maior de crescimento. Se descontada a inflação, a estimativa de crescimento é de 2,8% acima de 2022, para R$ 2,49 bilhões.

Mais compras no atacarejo na Páscoa

Por causa disso, o consumidor também deve buscar os canais de preço mais baixos. Nesse contexto, os atacarejos ganham relevância, conta Rafael Kröger Couto, diretor de análises avançadas da Kantar.

Parte desse fluxo maior de consumidores virá de quem comprava chocolates na Americanas (AMER3), que é tradicionalmente a maior vendedora de chocolates e ovos de Páscoa do país. De acordo com os dados da Kantar, a Americanas respondeu por 11% das vendas de chocolate no feriado nos anos anteriores.

Agora, em recuperação judicial, a varejista deve perder essa relevância, com uma oferta menor de produtos e promoções e maior oferta de marca própria, conta o diretor. 

Segundo ele, a Americanas é vista como loja de compra rápida, com a missão de proximidade e muito voltada para indulgência. "Outro ponto para o qual o consumidor busca a loja é preço, não por ser necessariamente mais barato, mas por ser muito forte em promoção", explica.

Na Americanas, o nível de promoção era de 27%, ou seja, a cada R$ 100, R$ 27 é promoção. "Consumidor tende a buscar quem também tem esse perfil", explica ele, destacando que o perfil do consumidor da Americanas é 7% a mais próximo do atacarejo do que o restante do mercado.

Nesta terça-feira, 4, o CEO da rede de atacarejo Assaí (ASAI3), Belmiro Gomes, disse a analistas de mercado que o movimento nas lojas continuou forte no primeiro trimestre, com o consumidor ainda buscando por preços mais baixos. O executivo, porém, reforçou que a companhia tem buscado manter margens preservadas e que já é possível observar uma redução da inflação de alimentos.

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