A Caixa reajustou o valor da taxa de financiamento imobiliário em 0,5% na modalidade do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). Dessa maneira, a nova taxa é a partir de 8,99% ao ano.

A taxa está valendo desde o dia 3 de abril e apenas para os novos contratos, ou seja, os contratos que estavam em vigor não serão reajustados. As linhas de financiamento de habitação popular e pré-cotista não foram reajustadas.

"Com relação ao crédito imobiliário, a Caixa informa que as taxas de juros são definidas em função de fatores mercadológicos e conjunturais, dentro das regras prudenciais do banco."

Em um evento realizado em São Paulo com empresários do setor da construção, a vice-presidente de habitação da Caixa, Inês Magalhães, havia confirmado ao Estadão que sobre a alteração nas taxas, mas sem detalhar os porcentuais.

"Fizemos um ajuste. Ainda é a menor taxa do mercado, ainda temos uma taxa de um dígito só", disse. O banco foi o último dos grandes bancos a elevar taxas no financiamento imobiliário, mas já havia sinalizado que enveredaria por este caminho para continuar financiando o setor.

Caixa critica Selic alta

No mês passado, a presidente da Caixa, Rita Serrano, afirmou que taxa Selic em 13,75% tem impactado o funding e a capacidade de financiamento do banco. Segundo Serrano, a CEO a alta de juros no país tem tirado recursos da poupança, primordial para financiamento do sistema SBPE.

A Caixa afirmou que perdeu R$ 33 bilhões de reais do sistema de financiamento. Uma das explicações que é a Selic em patamar elevado beneficia aplicações atreladas ao CDI. Além da mudança de portfólio de investimento, os brasileiros têm sacado dinheiro da poupança para manter as contas em dia e para consumo.

A Caixa, um banco 100% publicou, endossou a briga do presidente Luiz Inácio Lula da Silva contra a taxa de juros. Lula já afirmou várias vezes que a Selic em 13,75% é irresponsável e que não há explicação para que a taxa esteja neste patamar.

Esta semana, a divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que ficou abaixo do esperado e no menor patamar dos últimos dois anos, trouxe um otimismo em relação a possibilidade de uma redução na Selic.