Exame logo 55 anos
Remy Sharp
Acompanhe:

A Selic a 13,75% também está sendo um remédio amargo para o setor imobiliário. Os juros básicos mais altos e o cenário macroeconômico, com mais famílias endividadas, têm diminuido a oferta de financiamento para compra de imóveis. Nesse contexto, a taxa de juro do financiamento imobiliário ficou mais alta, chegando a dois dígitos.

O grande encarecedor do crédito imobiliário, no entanto, são os saques observados na poupança nos últimos meses. Em janeiro e fevereiro, a retirada de recursos da caderneta de poupança bateu recorde. Em março, esse saldo negativo diminui, sendo de R$ 6,09 bilhões. No entanto, no acumulado do ano, essa retirada já é a maior desde 1995, segundo dados Banco Central, chegando a R$ 51,23 bilhões.

Saques da poupança deixam crédito imobiliário mais caro

A poupança principal fonte de captação dos bancos para oferecer crédito a quem está comprando um imóvel. Diante da retirada de recursos da caderneta, os bancos começaram a ter de buscar fontes mais caras, como letras de crédito (LCIs e LIGs) e certificados de recebíveis, os CRIs.

Diante disso, tanto Santander, quanto Itaú e Bradesco elevaram os juros do crédito imobiliário. Líder no crédito imobiliário e com as menores taxas, a Caixa também anunciou aumento no começo de abril.

Veja também: Vendas de novos imóveis cresceram 9% em 2022, diz Abrainc

"A caderneta de poupança tem uma taxa de juros que trava em  TR +6,17%, com isso o banco tem um spread e pode manter uma taxa de juros menor que 10% em situações normais. A poupança artificialmente ela traz a taxa de juros para abaixo de dois dígitos e taxa de juros abaixo de dois dígitos é uma condição que se tem no mundo inteiro para ter um gatilho no mercado imobiliário", disse Luiz França, presidente da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias, a Abrainc, em evento promovido nesta terça-feira, 11. Nos últimos doze meses, porém, o saldo na caderneta é negativo.

Setor sugere reduzir os montantes destinados aos depósitos compulsórios

As incorporadoras tem tentado convencer o Banco Central a ceder 5% dos recursos destinados aos depósitos compulsórios. Dos recursos dos bancos, 65% tem que ser destinado ao crédito imobiliário, 15% fica como recurso livre e 20% deposita junto ao Banco Central, que é remunerado  na mesma taxa que o poupador recebe. "O que estamos propondo é que o BC libere 5% desse compulsório e destine ao crédito imobiliário, mas somente aos imóveis novos, que são os que geram emprego. Isso traria uma injeção no mercado de R$ 38 bilhões de reais", explica França.

Segundo ele, bancos têm dito que esse ano o montante de financiamento, que foi na ordem de R$ 185 bilhões no ano passado, deve ficar entre R$ 140 bilhões e R$ 150 bilhões. "Com essa injeção, estabilizamos. Para o mercado é fundamental que o BC faça essa liberação de compulsório para os imóveis novos para que as pessoas possam se financiar numa taxa de juros um pouco mais comportada."

Ex-presidente do Banco Central, Gustavo Loyola, sócio da Consultoria Tendências, também diz que o compulsório poderia ser reduzido. "Hoje, os bancos têm processos e governanças de gestão de liquidez e de risco de mercado muito mais apurados. Então não há necessidade desse nível de compulsório em geral e especialmente sobre as cadernetas de poupança. O BC poderia tranquilamente reduzir os depósitos de poupança." Ele argumenta que o Brasil está precisando de alavancas de crescimento e que, por isso, funciona a ideia de direcionar isso aos imóveis novos, que geram empregos na construção civil.

Créditos

Últimas Notícias

ver mais
Nubank anuncia 296 demissões em reestruturação da área de operações
seloMercados

Nubank anuncia 296 demissões em reestruturação da área de operações

Há 6 horas
IPCA de maio aumenta pressão para BC iniciar cortes de juros
seloMercados

IPCA de maio aumenta pressão para BC iniciar cortes de juros

Há 8 horas
Bolsa abre no feriado? Veja o funcionamento da B3 no Corpus Christi
seloMercados

Bolsa abre no feriado? Veja o funcionamento da B3 no Corpus Christi

Há 9 horas
Cade aprova acordo que libera aquisição da Garoto pela Nestlé, mais de 20 anos após compra
seloMercados

Cade aprova acordo que libera aquisição da Garoto pela Nestlé, mais de 20 anos após compra

Há 10 horas
icon

Branded contents

ver mais

Conteúdos de marca produzidos pelo time de EXAME Solutions

Exame.com

Acompanhe as últimas notícias e atualizações, aqui na Exame.

leia mais