Cozinheiro com prato: cozinheiros amadores podem cobrar, em média, de 40 a 50 dólares por pessoa (Stockyimages/Thinkstock)
Marília Almeida
Publicado em 3 de outubro de 2018 às 15h58.
Última atualização em 3 de outubro de 2018 às 16h15.
São Paulo - Ama cozinhar pratos típicos brasileiros, como uma boa feijoada, e gosta de receber pessoas em casa? Você pode ganhar dinheiro fazendo comida para viajantes estrangeiros. É o que propõe o site Travelling Spoon.
Joaquin Abal, diretor do site na América Latina, busca anfitriões brasileiros por todo o país, especialmente que vivam em cidades mais turísticas, como Rio de Janeiro, São Paulo, Recife, Fortaleza e Salvador. "Com o real mais desvalorizado em relação ao dólar e ao euro, vemos que há um interesse maior dos viajantes pelo Brasil".
Para receber os viajantes, basta ter as características descritas acima. E não é necessário ter uma casa impecável ou luxuosa: se for simples, mas refletir mais a cultura local, melhor.
Contudo, para começar a oferecer almoços ou jantares no Travelling Spoon, é preciso passar pelo crivo de um embaixador, que é um cozinheiro profissional local. Ele vai até a casa do usuário, experimenta a comida, observa o ambiente e o modo de receber do anfitrião e decide se ele pode começar a receber convidados.
Os viajantes que mais buscam experiências na plataforma são americanos (40%) e europeus (40%). O restante se dividem entre asiáticos e latinos, entre outras nacionalidades. Portanto, falar bem inglês pode ajudar a receber melhor os convidados, Os usuários do site oferecem refeições em mais de 125 cidades e 46 países.
Apesar do anfitrião poder cobrar o preço que quiser, Abal recomenda que os usuários sempre verifiquem o que anfitriões próximos dele estão cobrando, para conseguir colocar um preço mais justo e atrair mais convidados.
Segundo ele, cozinheiros amadores que se cadastram na plataforma recebem, em média, de 40 a 50 dólares por pessoa; enquanto um cozinheiro profissional pode cobrar 150 dólares por pessoa. As refeições podem ser feitas para até seis convidados. Em uma região com alta demanda de viajantes, quem se cadastra na plataforma consegue fazer uma ou duas refeições para convidados por mês, para uma média de três convidados por refeição.
Ou seja, o valor vai depender da experiência do cozinheiro, localização da sua casa e tipo de experiência.
Para cobrar mais, o cozinheiro cadastrado pode adicionar um tour ao mercado municipal da cidade com os convidados, com direito a explicações sobre a escolha dos produtos, e também uma aula de como se prepara a receita. "Com esse pacote, um cozinheiro amador pode cobrar de 70 a 90 dólares por pessoa. O mais importante é ser criativo".
Essa experiência "estendida" pode ser especialmente oferecida por cozinheiros profissionais, que também podem cobrar, proporcionalmente, um preço maior pelo pacote. A única exigência, diz Abal, é que a experiência seja privativa. "Ele pode dar uma aula de culinária aos convidados em seu restaurante, contanto que só eles participem dela".
O pagamento é feito de forma automática pelos convidados no site, antes da refeição. O anfitrião pode ou não aceitar o pedido e também cancelar o evento até 24 horas antes do dia e hora agendados.
Quando o pedido é aprovado pelo anfitrião, o site fornece e-mail e telefones dos convidados para que combinem detalhes e interajam com o anfitrião antes do evento.
O site, assim como plataformas como o Airbnb, tem um sistema de avaliação tanto de anfitriões como convidados, o que dá mais segurança para os usuários. O importante, explica Abal, é que o anfitrião detalhe ao máximo no site a experiência que deve oferecer, como forma de evitar frustração e, consequentemente, avaliações negativas dos convidados.