Brasileiros aumentam valor retirado do cheque especial
Para diretor do Banco Central, crescimento de 4,3% é "uma notícia ruim" porque esse tipo de crédito tem juros altos
Estadão Conteúdo
Publicado em 29 de maio de 2019 às 18h34.
Brasília — O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central , Fernando Rocha, disse nesta quarta-feira, 29, que o crescimento de 4,3% no estoque do uso do cheque especial em abril é "uma notícia ruim", já que a modalidade tem o custo mais alto dentro no crédito para as famílias.
Rocha destacou como positiva a expansão do crédito consignado e no crédito não consignado para pessoas físicas. Ele também citou a alta de dois dígitos (15,1%) nos últimos 12 meses nos saldos dos financiamentos para aquisição de veículos.
Apontou ainda o crescimento dos saldos do cartão de crédito em abril, de 2,9% no rotativo, de 2,4% no parcelado e de 1,2% da modalidade à vista.
Rocha citou também o crescimento no crédito para empresas nas modalidades com grandes saldos, como financiamento a exportações e capital de giro. Ele reforçou que a redução dos saldos nos segmentos de desconto de duplicatas e antecipação de cartão de crédito no mês passado foi um movimento pontual.
Taxas de juros e spreads
O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central avaliou também que as taxas de juros e os spreads no mercado de crédito permaneceram estáveis em abril.
A taxa média de juros no crédito total, que inclui operações livres e direcionadas (com recursos da poupança e do BNDES), ficou estável em 25,3% ao ano de março para abril. Em abril de 2018, estava em 25,7%.
Rocha destacou que as taxas de juros do cartão de crédito rotativo se reduziram no mês passado.
O juro médio total cobrado no rotativo do cartão de crédito caiu 0,8 pontos porcentuais de março para abril, informou o Banco Central. Com isso, a taxa passou de 299,4% para 298,6% ao ano.