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Endividamento das famílias brasileiras cai e alcança 48% em março, segundo Banco Central

Dado representa todas as pessoas que têm algum tipo de dívida ativa

Multidão no Centro de São Paulo: o aumento da idade média da população brasileira também amplia a força produtiva do país (Germano Lüders/EXAME.com/Site Exame)

Publicado em 27 de maio de 2024 às 11h51.

O endividamento das famílias brasileiras atingiu a marca de 48,0% em março deste ano, segundo informações do Banco Central (BC) divulgadas nesta segunda-feira, 27. A porcentagem diz respeito a todos os brasileiros que tem algum tipo de dívida ativa, ou seja, leva em consideração aqueles que possuem algum tipo de conta atrasada também quem está com todas as contas em dia, mas tem parcelas futuras a pagar.

O número representa um pequeno aumento em comparação com fevereiro de 2024, quando foi de 47,8%. Dentro da série histórica, o maior patamar foi em julho de 2022, com 50,1%. Ao desconsiderar dívidas do tipo imobiliárias, o valor de março cai para 30,1%.

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Inadimplência

De acordo com o BC, a taxa de inadimplência nas operações de crédito livre com os bancos teve alta entre março e abril, passando de 4,5% para 4,6%.

Para as pessoas físicas, a taxa de inadimplência foi de 5,4% para 5,5% de um mês para o outro. No caso das empresas, passou de 3,2% para 3,3% no período.

Já a inadimplência do crédito direcionado (recursos da poupança e do BNDES) ficou estável em 1,4% na passagem de março para abril.

O dado que considera o crédito livre mais o direcionado mostra que a taxa de inadimplência também permaneceu em 3,2% entre março e abril.

Desenrola Brasil

O Desenrola Brasil, programa de renegociação de dívidas do governo federal, beneficiou 15,06 milhões de pessoas em maio. Com isso, foram negociados um valor de R$ 53,07 bilhões em dívidas - valor que corresponde a 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB).

Segundo o Ministério da Fazenda, foi registrada uma redução de 8,7% da inadimplência entre a população mais vulnerável do país, considerada público prioritário do programa. Deste grupo, foram alcançados 5 milhões de pessoas, com a negociação de R$ 25,43 bilhões em débitos

Segundo os dados do BC para o mês de março, o comprometimento de renda das famílias com o Sistema Financeiro Nacional (SFN) terminou em 26,5%. Em fevereiro, o porcentual era de 25,7%. O recorde da série foi registrado em junho de 2023, com 28,4%. Descontados os empréstimos imobiliários, o comprometimento da renda variou de 23,6% para 24,4% de fevereiro para março.

Taxa média de juro

O BC também apresentou ao público informações sobre ataxa média de juros no crédito livre, que recuou em abril comparando com março. No quarto mês de 2023, a taxa estava em 44,7%.

Para as pessoas físicas, a taxa média de juros no crédito livre passou de 53,4% para 53,0% ao ano de março para abril.No segmento de pessoas jurídicas, a taxa foi de 20,9% para 21,3% entre os dois meses.

Cheque especial

Entre as principais linhas de crédito livre para a pessoa física destaque para o cheque especial, cuja taxa subiu entre março e abril, de 128,1% ao ano para 129,9% ao ano. No crédito pessoal, a taxa passou de 42,4% para 42,5% ao ano.

Desde 2018, os bancos estão oferecendo um parcelamento para dívidas no cheque especial. A opção vale para débitos superiores a R$ 200.

Em janeiro de 2020, o BC passou a aplicar uma limitação dos juros do cheque especial, em 8% ao mês (151,82% ao ano).

Veículos

Os dados da instituição financeira mostraram ainda que, para aquisição de veículos, os juros foram de 25,4% ao ano em março para 25,5% em abril.

Operações livres e direcionadas

A taxa média de juros no crédito total, que inclui operações livres e direcionadas (com recursos da poupança e do BNDES), foi de 28,2% ao ano em março para 28,0% ao ano em abril.

No quarto mês de 2023, estava em 31,9%.

Indicador de Custo de Crédito (ICC)

Já o Indicador de Custo de Crédito (ICC) ficou estável em 21,9% ao ano na passagem de março para abril.

O porcentual reflete o volume de juros pagos, em reais, por consumidores e empresas no mês, considerando todo o estoque de operações, dividido pelo próprio estoque.

Na prática, o indicador reflete a taxa de juros média efetivamente paga pelo brasileiro nas operações de crédito contratadas no passado e ainda em andamento.

Spread

O spread em operações de crédito apresentou queda em abril, ao nível mais baixo em pouco mais de um ano. Dados divulgados nesta segunda-feira pelo Banco Central mostram que o spread bancário médio no crédito livre passou de 30,1 pontos porcentuais em março para 29,6 pontos porcentuais em abril. É o menor spread desde dezembro de 2022 (28,8 pontos).

No segmento pessoa física, o spread passou de 42,9 para 42,1 pontos porcentuais entre os dois meses. Para pessoa jurídica, o spread médio variou de 10,7 para 10,8 pontos porcentuais na passagem de março para abril.

O spread é calculado com base na diferença entre o custo de captação de recursos pelos bancos e o que é efetivamente cobrado dos clientes finais (famílias e empresas) em operações de crédito.

O spread médio do crédito direcionado passou de 4,1 pontos porcentuais em março para 4,2 em abril. Já o spread médio no crédito total (livre e direcionado) foi de 19,4 para 19,2 pontos porcentuais entre os dois meses.

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