As corretoras de valores que acertaram ou erraram em 2013

São Paulo – Em 2013, a carteira recomendada de ações com melhor desempenho foi a da Ágora, corretora do Banco Bradesco, que fechou o ano com alta de 15,30%. Resultado 30 pontos percentuais acima do principal índice da Bolsa, o Ibovespa, que encerrou o ano com queda de 15,5%.

Dentre as 21 corretoras que divulgaram os desempenhos mensais e anual de suas carteiras de ações, apenas uma teve performance pior que a do Ibovespa, a Wintrade, que apresentou desvalorização de 17,88%.

Ainda que a maior parte das corretoras tenha superado o Ibovespa, os resultados mostram que a maioria não conseguiu bater a renda fixa. 

Apenas as carteiras da Ágora e da Geração Futuro superaram a performance de 8,04% do CDI, taxa próxima à Selic, que serve como benchmark para as aplicações de renda fixa.

E somente essas duas carteiras e a do BTG Pactual - que teve alta de 7,30% em 2013 - tiveram melhor resultado do que a poupança, que rendeu 6,34% pela regra antiga e 5,73% pela regra nova.

Veja a seguir a performance das carteiras recomendadas pelas corretoras de valores no ano de 2013. As corretoras Credit Suisse, Indusval, Souza Barros, Spinelli e TOV não constam no levantamento pois, mesmo após solicitação, não informaram todos os dados necessários.

Corretora	Desempenho em 2013
Ágora/Bradesco	15,30%
Geração Futuro	10,40%
BTG Pactual	7,30%
BB Investimentos	2,43%
Pax	2,34%
Rico/Octo Investimentos	1,66%
Geral	0,93%
Concórdia	-0,35%
HSBC	-2,20%
Coinvalores	-2,22%
Quantitas	-2,54%
XP Investimentos	-2,80%
Citi	-3,40%
Um Investimentos	-3,57%
Ativa	-4,04%
Santander	-5,61%
Solidez*	-7,63%
Planner	-9,73%
Omar Camargo	-13,31%
Inva	-13,59%
Alpes/Wintrade	-17,88%

Fonte: Corretoras. Todos os desempenhos mensais das carteiras foram checados e o desempenho no acumulado do ano foi recalculado por EXAME.com, com o auxílio do diretor técnico da Apogeo Investimentos, Paulo Bittencourt.

*Rentabilidade acumulada entre fevereiro e dezembro de 2013. A corretora não possuía carteira de ações em janeiro. 

Veja no documento a seguir os desempenhos mensais e anual detalhados. 

Corretorasoficial (2) by EXAME.com

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Ano complicado para o mercado de ações

É extensa a lista de fatores que influenciou o desempenho do Ibovespa no ano passado, que foi um dos piores entre os principais índices acionários globais. Mas alguns foram destacados pelas corretoras em seus relatórios mensais mais recentes.

Para os analistas do BB Investimentos, os principais fatores que pesaram para a queda da Bolsa foram: a possibilidade de rebaixamento do rating do Brasil pela agência Standard & Poor's, anunciada em junho, que resultou em uma queda de 11,6% do Ibovespa no mês; e a derrocada das empresas "X", de Eike Batista, com destaque para a OGX, pela sua forte participação no Ibovespa.

O baixo crescimento econômico no ano e as perspectivas de manutenção desse quadro para 2014 também pesaram para a performance negativa da Bovespa, segundo as corretoras. Assim como os dados de baixo superávit primário e a deterioração nas contas públicas.

Conforme destacou em seu relatório de janeiro a Inva Capital, em resumo, o fator que pesou mais fatalmente para o resultado da Bolsa foi a displicência do governo brasileiro em relação à política fiscal e monetária.

“O governo tentou segurar o PIB com a redução do déficit primário e como não conseguiu ter sucesso, comprometeu também as políticas fiscal e monetária, pois a inflação se manteve em níveis elevados e agora o que restou foi a desconfiança dos investidores internacionais”, afirmou a corretora no relatório assinado pelo analista Raphael Cordeiro.