Minhas Finanças

Alta da gasolina deixará o álcool mais vantajoso?

Chance de aumento no preço do biocombustível frisa necessidade de fazer uma continha antes de abastecer


	Para especialista, mesmo que aproximada, comparação entre álcool e gasolina é boa para o bolso
 (Marcos Santos/USP Imagens)

Para especialista, mesmo que aproximada, comparação entre álcool e gasolina é boa para o bolso (Marcos Santos/USP Imagens)

DR

Da Redação

Publicado em 31 de janeiro de 2013 às 14h46.

São Paulo – O repasse do aumento da gasolina para o consumidor, que já está ocorrendo, pode aumentar a vantagem do uso do álcool nos carros flex nas localidades onde o biocombustível perdia do derivado de petróleo. Contudo, essa vantagem pode ser apenas momentânea, uma vez que a alta nos preços da gasolina e do diesel pode acabar motivando um aumento nos preços do álcool etanol também.

O aumento nos preços da gasolina e do diesel foi anunciado na última terça-feira pela Petrobras. Os preços na refinaria foram elevados em 6,6% e 5,4%, respectivamente. O repasse para o consumidor foi estimado pelo governo em torno de 4%, mas nesta quarta-feira já era possível constatar aumentos de mais de 7% na cidade de São Paulo.

Apesar de o álcool em geral ser, em valores absolutos, mais barato que a gasolina, o biocombustível é menos eficiente, o que faz com que seu consumo pelo carro seja maior. Em função disso, o ideal seria que os donos de carros flex sempre fizessem as contas antes de abastecer para saber qual combustível é o mais vantajoso. Para que o álcool seja realmente mais barato, ele precisa custar até 70% do preço da gasolina.

“Essa conta é uma média, pois o consumo depende do tipo de motor e do tipo de pilotagem, por exemplo. Mas essa relação dá conta da diferença de eficiência entre os combustíveis. Eu acho que vale a pena fazer essa conta na hora de abastecer, para não perder dinheiro”, diz Milad Kalume Neto, gerente de desenvolvimento de negócios da consultoria automotiva Jato Dynamics.

Por exemplo, o preço médio do álcool na cidade de São Paulo, apurado na semana passada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) foi de 1,817 real o litro. Em reportagem da Agência Estado publicada nesta quinta-feira, foram relatados valores de 2,799 reais para a gasolina na capital paulista. Pela regra dos 70%, nesta comparação específica, o álcool é definitivamente mais vantajoso. Se custasse 2 reais, no entanto, a gasolina seria mais vantajosa, ainda que, em termos absolutos, o álcool fosse mais em conta.

No final do ano passado, o álcool só era mais vantajoso em três estados do país: São Paulo, Mato Grosso e Goiás, segundo levantamento da TicketCar. Agora, é possível que essa vantagem apareça em outros postos de outras cidades. O problema é que isso não deve durar muito. “Possivelmente haverá também um aumento no preço do álcool dentro de um curto espaço de tempo”, observa Milad Kalume Neto.

A alta dos preços da gasolina abriu espaço para uma alta também do álcool, uma vez que a indústria sucroalcooleira se vê pressionada com os preços atuais. Pode ocorrer também um aumento de demanda – por exemplo, porque o governo aumentará a mistura de álcool na gasolina a partir de maio.

Acompanhe tudo sobre:Álcool combustívelAutoindústriaBiocombustíveisCarrosCombustíveisCommoditiesEnergiaEtanolGasolinaVeículos

Mais de Minhas Finanças

Novos negócios e viagens: os gastos de quem ganha mais de US$ 100 mil por ano

Procon abre novo procedimento de fiscalização contra a Enel por falta de energia em SP

Veja como fazer bolão da Mega da Virada 2024

PIS 2025: quem trabalhou em 2024 tem direito ao abono salarial no próximo ano?