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Wall Street busca pistas se calmaria do mercado é bomba-relógio

Em meio a previsões equivocadas sobre o desempenho de títulos, big techs e economia, tem sido um ano difícil para a sabedoria convencional

Wall Street (MD Birdy/Getty Images)

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Agência de notícias

Publicado em 6 de julho de 2023 às 16h26.

Em meio a previsões equivocadas sobre o desempenho de títulos, big techs e economia, tem sido um ano difícil para a sabedoria convencional. Por isso, quando quase quatro em cada cinco profissionais de Wall Street dizem que o mercado acionário está muito calmo, a coisa mais inteligente a fazer é apostar que continuará assim.

Em poucas palavras, essa é a narrativa nas negociações de volatilidade em meados do ano, quando todos esperam que o VIX suba, mas todos agem como se isso não fosse acontecer. Alertas soam que o Federal Reserve e a economia instável certamente destruirão essa paz. E, no entanto, as apostas de que a paz prevalecerá no S&P 500 subiram em junho para o nível mais alto de todos os tempos, diz a equipe de vendas e trading do Morgan Stanley.

Seja uma bomba-relógio ou uma permanentemente desativada, o mercado apresenta desafios únicos para especuladores em 2023.

Com o índice de volatilidade da Cboe com média de 14 em junho, no mês mais sonolento desde 2020, o potencial de perdas é extremo.

Michael Purves, fundador da Tallbacken Capital Advisors, está entre aqueles inclinados a procurar abrigo. Depois de aconselhar clientes a vender volatilidade na maior parte do ano, agora aconselha cautela, dizendo que uma alta de nove meses dos “valuations” no S&P 500 está em risco sem mais apoio dos lucros corporativos.

“Estamos ficando cada vez mais nervosos com o VIX mantendo o nível entre 13 e 14”, afirmou. “Suspeitamos que, à medida que avançamos em julho e a temporada de balanços começa, devemos ver o VIX subir.”

Purves não está sozinho. Em uma pesquisa do JPMorgan Chase com clientes na semana passada, 77% dos entrevistados não esperam que a serenidade dure no terceiro trimestre. Essa percepção é capturada em um indicador de volatilidade do próprio VIX, o VVIX, que permaneceu elevado.

A temporada de balanços, programada para começar em meados de julho, deve mostrar que os lucros das empresas do S&P 500 caíram pelo terceiro trimestre seguido, com uma queda de quase 9% em relação ao ano anterior, mostram estimativas de analistas compiladas pela Bloomberg Intelligence.

Queda do VIX

O VIX caiu 8 pontos, para 13,6 no primeiro semestre de 2023. Seguindo apenas o calendário, as chances de um salto no curto prazo são grandes. Julho tem sido o mais calmo de todos os meses desde o início do VIX. O índice fechou abaixo de sua média de longo prazo — cerca de 19,6 — por 14 semanas consecutivas, uma sequência vista pela última vez há três anos. Em todos os 16 casos anteriores de calmaria prolongada, a duração média foi de 50 semanas, mostram dados compilados pela Bloomberg.

“Como estamos em um regime de baixa volatilidade, tende a durar, a menos que uma verdadeira ‘incógnita desconhecida apareça”, disse Nick Colas, cofundador da DataTrek Research. “Com o VIX bem abaixo da média agora, parece que estamos em um ambiente de baixa volatilidade/bom retorno até que surja um choque genuíno.”

Para saber o rumo da volatilidade, é útil entender por que está baixa. Um fator que contribui para a queda do VIX é a falta de movimentos certeiros entre as ações. Durante grande parte de 2023, vencedores e perdedores trocaram de lugar e muitas vezes se compensaram, levando a um mercado pacífico no nível do índice.

Um índice da Cboe que acompanha a correlação implícita de três meses entre as ações do S&P 500 caiu em junho para o patamar mais baixo desde o mês anterior ao “Volmageddon” de fevereiro de 2018, um evento em que fundos de índice projetados para pagar aos investidores o inverso da volatilidade das ações colapsaram.

Para os que estão preocupados com a repetição da implosão da volatilidade de 2018, a equipe da Metli oferece algum conforto.

“O aumento recente na oferta de volatilidade do SPX (S&P 500) não está alavancado, o que significa que há menos risco de uma reversão forçada em um choque”, escreveram em nota. “Isso contrasta com os picos de volatilidade anteriores.”

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