Via, dona da Casas Bahia e do Ponto, troca comando e ex-Movida vira CEO
Roberto Fulcherberguer estava no comando da varejista há cerca de três anos
Repórter Exame IN
Publicado em 31 de março de 2023 às 18h42.
Última atualização em 31 de março de 2023 às 19h02.
A varejista Via (VIIA3), dona da Casas Bahia e do Ponto, está trocando seu comando. Roberto Fulcherberguer, que estava à frente da empresa desde julho de 2019, tinha longa trajetória na companhia dona de Casas Bahia e Ponto. Em seu lugar entrará Renato Franklin, que era CEO da locadora de veículos Movida (MOVI3).
Nesta sexta-feira, 31, a Movida informou a substituição de Franklin por Gustavo Moscatell i, que era CFO da locadora de veículos desde o começo do ano. Segundo a empresa do grupo Simpar, Franklin deixará a companhia em 30 de abril, após transição do cargo para o novo CEO e, depois, vai fazer parte do comitê de gente. Ele assume a Via no dia 1º de maio.
As funções de CEO serão exercidas conjuntamente por Abel Ornelas Vieira e Sérgio Augusto França Leme, atualmente vice-presidente comercial e de operações e vice-presidente administrativo e diretor de relações com investidores, respectivamente. A companhia já havia anunciado, em março, a saída deHelisson Andrade Lemos, que ocupava o cargo de diretor de inovação digital.
Como foi o comando de Fulcherberguer na VIA
À frente da Via, Fulcherberguer teve um enorme desafio. No ano em que assumiu o comando, a companhia recebeu denúncias de fraude contábil que impactaram em R$ 1,19 bilhão o balanço daquele ano. Somado a isso, o desafio da pandemia de covid-19 e suas medidas de isolamento exigiram soluções criativas e eficazes das companhias. Assim nasceu, por exemplo, a campanha "Me chama no zap", em que os vendedores das lojas físicas passaram a vender para os clientes por meio do aplicativo de mensagens.
Foi também um período de mudanças estratégicas e fortalecimento da operação da companhia no varejo online. A companhia nunca conseguiu superar as participações de mercado de Mercado Livre (MELI), Magazine Luiza (MGLU3) e Americanas (AMER3), por exemplo, mas vinha ganhando mais presença na frequência de acessos e fortalecendo suas operações marketplace.
Em entrevista àEXAME Investna primeira metade de março, quando a companhia divulgou seus resultados do ano, Fulcherberguer destacou, por exemplo, que as vendas do marketplace ganhariam maior fatia da receita da empresa em 2023 e que a operação estaria ainda mais focada nos produtos de cauda longa, que não fazem parte do negócio principal da varejista, tão conhecida pela venda de produtos das linhas branca e marrom, como geladeiras e TVs, respectivamente.
Em 2022, a companhia teve prejuízo líquido de R$ 342 milhões, 15% maior do que as perdas de 2021, sendo que no quarto trimestre a companhia reverteu o lucro registrado um ano antes e reportou prejuízo de R$ 163 milhões. Parte importante da deterioração da última linha veio do aumento das despesas financeiras com dívida e crédito direto ao consumidor.
Naquela conversa, o executivo também destacou que já negociava com bancos, como Bradesco e Banco do Brasil, para rolar as dívidas de R$ 1 bilhão cujo vencimento era ainda neste ano.
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