(SAUL LOEB/AFP//Getty Images)
Repórter
Publicado em 28 de março de 2024 às 07h48.
Última atualização em 28 de março de 2024 às 07h50.
Os mercados iniciaram esta quinta-feira, 28, sem uma direção definida. O clima de maior cautela ocorre em meio a sinalizações de membros do Federal Reserve de que o ciclo de queda de juros deverá ser mais parcimonioso do que muitos investidores estavam esperando. Depois de Raphael Bostic, do Fed de Atlanta, afirmar ver espaço para apenas um corte de juros neste ano, foi a vez de Christopher Waller indicar que o afrouxamento monetário deverá ser mais brando. Segundo ele, não há urgência para iniciar os cortes de juros.
Esperava-se, no início do ano, que o Fed já tivesse começado o ciclo de queda de juros em março. Mas, diante das sinalizações e dados pouco animadores do lado da inflação, investidores têm precificado um ciclo de queda de juros cada vez mais distante. A maior aposta segue para junho. Mas as chances de manutenção, que estavam abaixo de 30% até ontem, subiram para próximo de 37% após as falas de Waller.
Essa maior tensão no mercado antecede a divulgação do Índice de Preço sobre Consumo Pessoal (PCE, na sigla em inglês). O dado é a principal referência de inflação para a política monetária do Federal Reserve e será divulgado nesta sexta-feira, 29. A expectativa é de manutenção do PCE anual em 2,4% e e de seu núcleo em 2,8%, acima da meta de 2%. A questão é que amanhã será feriado em grande parte do Ocidente, o que significa que, caso os dados preguem qualquer surpresa negativa, não terá como os investidores realocarem suas posições. Afinal, a bolsa estará fechada. Na dúvida, o mercado de hoje exige cautela.
No Brasil, o principal indicador do dia é a divulgação da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), que irá revelar a taxa de desemprego. O consenso para a divulgação é de uma leve alta de 7,6% para 7,8%. Na véspera, foram divulgados os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), que apontou o crescimento de 306 mil empregos com carteira assinada. O consenso do mercado era mais baixo, de 245.000 novas vagas.
O Conselho de Administração da Oi aprovou um novo grupamento de ações na proporção de 10 para 1. O grupamento será submetido à Assembleia Geral Extraordinária, prevista para 29 de abril. A operação ocorre em decorrência do preço das ações da companhia cotada a R$ 0,68. Pelas regras da B3, a empresa não pode deixar suas ações cotadas abaixo de R$ 1 por mais de 30 pregões consecutivos. As ações da companhia acumulam cerca de 50% de queda desde meados de fevereiro. A queda, desde o início de 2022, supera 90%.