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Verde diz que ruído fiscal é ‘exacerbado’ e aumenta aposta no Brasil

Gestora de Luis Stuhlberger aproveitou queda do último mês para elevar posição no mercado local

Luis Stuhlberger, sócio-fundador da Verde Asset, um dos mais rentáveis fundos do país há mais de duas décadas (Patricia Monteiro/Bloomberg)

Luis Stuhlberger, sócio-fundador da Verde Asset, um dos mais rentáveis fundos do país há mais de duas décadas (Patricia Monteiro/Bloomberg)

Beatriz Quesada
Beatriz Quesada

Repórter de Invest

Publicado em 6 de setembro de 2023 às 14h44.

Última atualização em 6 de setembro de 2023 às 14h52.

A gestora Verde aumentou a aposta na bolsa brasileira em meio à derrocada de agosto. Enquanto o Ibovespa amargava perdas de 5% no último mês, a gestora de Luis Stuhlberger – uma das mais renomadas do mercado – aumentava posição no mercado local. 

Para a Verde, as tensões no exterior estão distorcendo os preços no mercado brasileiro. As dificuldades do último mês foram puxadas pela pressão dos juros nos Estados Unidos e da economia enfraquecida na China – uma combinação fatal para os mercados emergentes que acabou inflamando a preocupação dos investidores brasileiros com o cenário fiscal. 

“[Com as questões externas] o ruído local sobre o contexto fiscal é exacerbado e tirado da sua devida proporção. Estamos focados na resiliência do crescimento, que continua a surpreender positivamente, e nas oportunidades que aparecem por conta de deslocamentos técnicos nos mercados locais”, informou a gestora em sua carta mensal do fundo Verde, seu principal produto.

O fundo Verde ficou no zero a zero em agosto, e acumula rentabilidade de 7,26% no acumulado do ano. O retorno sobre o CDI foi de 1,14% no último mês e de 8,87% em 2023. Na carta, a gestora informou que o fundo manteve a exposição neutra em bolsa global e aproveitou a piora do mercado brasileiro para expandir a alocação. Por aqui, a Verde continuou comprada em inflação implícita, e, nos Estados Unidos, manteve a posição aplicada em juro real.

“Os dados mostram uma desaceleração no mercado de trabalho [dos EUA], mas não nos parece que com força suficiente para causar uma recessão (aliás, historicamente dados de emprego são dados atrasados em relação ao ciclo econômico, e não antecedentes). Ainda assim, vemos valor em posições aplicadas no juro real americano”, disse a carta.

Em moedas, a Verde aumentou a alocação vendida no dólar contra o real. A gestora manteve ainda a posição comprada na Rúpia Indiana contra o Renminbi Chinês e no Peso Mexicano contra o Euro. “Em relação à China, nossa visão está mais alinhada ao consenso pessimista, embora no curto prazo o acúmulo de vários pequenos incentivos anunciados pelo governo provavelmente vá estabilizar a situação”.

O fundo segue investindo em ouro e tem uma pequena alocação em petróleo. Já as posições em crédito high yield global foram “marginalmente reduzidas”, enquanto as locais foram mantidas.

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