Invest

Ibovespa cai 5% em agosto com pressão de EUA, China e fiscal

Incertezas internas são golpe final em um mês de sequência recorde de quedas para o índice

Painel de cotações da B3 (Cris Faga/NurPhoto/Getty Images)

Painel de cotações da B3 (Cris Faga/NurPhoto/Getty Images)

Publicado em 31 de agosto de 2023 às 10h30.

Última atualização em 31 de agosto de 2023 às 18h20.

Depois de subir 18,5% no acumulado dos últimos quatro meses, o Ibovespa registrou uma baixa de 5% em agosto – a primeira queda mensal desde março. A expectativa de alta de juros nos Estados Unidos com fraqueza da economia da China foi uma combinação nociva para os mercados emergentes, e a bolsa brasileira pagou um alto preço. O Ibovespa chegou a cair 13 pregões consecutivos, no início de agosto, registrando a maior sequência negativa da história do índice.

Ibovespa hoje

  • IBOV (diário): - 1,53%, aos 115.742 pontos
  • IBOV (semanal): - 1,10%
  • IBOV (mensal): - 5,09%

“Vimos ao longo do mês uma volatilidade pronunciada nos mercados em decorrência dos dados mais fracos da China e também das dúvidas acerca da condução de política monetária nas principais economias do mundo. Em Jackson Hole, por exemplo, Powell afirmou ainda estar em dúvida se o atual patamar de juros é suficientemente restritivo, o que gerou estresse nas Bolsas globais”, avaliou Gabriel Costa, da Toro Investimentos.

Nem mesmo o tão corte de juros no início do mês conseguiu frear a queda da bolsa. No final do mês a bolsa ensaiou uma recuperação, que acabou derrubada pelas incertezas fiscais. O Ibovespa caiu 1,5% no último pregão do mês, nesta quinta-feira, 31, aos 115.742 pontos.

A aversão a risco ganhou força no cenário local antes da apresentação da Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2024, que foi divulgada hoje. A preocupação é que, mesmo com a apresentação da lei, o governo não consiga cumprir a meta de zerar o déficit fiscal. Também pesou sobre o humor dos investidores os vetos do presidente Lula ao arcabouço fiscal nesta manhã, reacendendo os temores de uma possível “contabilidade criativa”.

"O mercado ainda está com a pulga atrás da orelha sobre a efetividade das medidas para aumentar a receita e zerar o déficit", disse Marcio Riauba, gerente da mesa de operações da StoneX.

Das 85 ações do Ibovespa, 78 caíram nesta quinta-feira e 66 fecharam agosto em baixa.

Maiores altas do Ibovespa no mês

  • São Martinho (SMTO3): + 7,95%
  • Vibra (VBBR3): + 7,76%
  • Petrobras (PETR4): + 6,58%

Maiores quedas do Ibovespa no mês

  • Pão de Açúcar (PCAR3): - 42,39%
  • Via (VIIA3): - 41,20%
  • Soma (SOMA3): - 33,36%

Que horas fecha a bolsa de valores?

O horário de negociação na B3 vai das 10h às 17h. A pré-abertura ocorre entre 9h45 e 10h, enquanto o after-market ocorre entre 17h25 e 17h30. Já as negociações com o Ibovespa futuro ocorrem entre 9h e 17h55.

Acompanhe tudo sobre:IbovespaAçõesbolsas-de-valores

Mais de Invest

Itaú (ITUB4) anuncia novo pagamento de JCP; veja os valores

Payroll-bomba põe em xeque corte em setembro e mercado passa a ver apenas um corte do Fed em 2024

Bradesco (BBDC4) anuncia pagamento de R$ 4 bilhões em JCP aos acionistas

É seguro investir no exterior? Saiba as regras

Mais na Exame