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Vale (VALE3) tem queda de 15% no lucro no 3º tri, mas fica acima das expectativas

Mineradora registrou maior produção trimestral de minério de ferro desde 2018, mas preço da commodity decepciona

Vale (VALE3): companhia tem queda de 15% no lucro líquido do 3º trimestre (Germano Lüders/Exame)

Vale (VALE3): companhia tem queda de 15% no lucro líquido do 3º trimestre (Germano Lüders/Exame)

Beatriz Quesada
Beatriz Quesada

Repórter de Invest

Publicado em 24 de outubro de 2024 às 21h05.

Última atualização em 24 de outubro de 2024 às 21h11.

A Vale (VALE3) teve um lucro líquido de US$ 2,412 no terceiro trimestre, queda de 15% em relação aos US$ 2,925 bilhões apurados no mesmo período do ano anterior. Os analistas já esperavam a baixa, mas o valor final ficou acima do consenso Bloomberg, que estimava um lucro de US$ 1,8 bilhão.

O recuo no lucro, por sua vez, veio na contramão da forte retomada da Vale em sua principal linha de atuação: a produção de minério de ferro. A companhia produziu 91 toneladas no trimestre, seu melhor resultado desde 2018.

Os dados já haviam sido anunciados na semana passada, com a divulgação de sua prévia operacional. Ainda assim, analistas estavam pessimistas com a última linha do balanço. O motivo? O preço do minério de ferro. 

O preço realizado dos finos de minério foi de US$ 90,6/tonelada, impactado pela queda no preço da commodity no mercado internacional. O preço caiu US$ 7,6/tonelada em relação ao trimestre anterior e US$ 14,5/tonelada em comparação ao ano passado.

A queda no preço impactou o Ebitda (Lucros antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização) da companhia, que somou US$ 3,615, baixa de 18% na comparação anual. O valor ficou dentro das expectativas dos analistas, que esperavam US$ 3,6 bilhões.

O fator China

Apesar de recuperar bom nível de produção, a Vale tem o fator China segurando suas ações. A crise no setor imobiliário chinês penaliza os setores de mineração e siderurgia em todo o mundo, e a possibilidade de estímulos segue uma incógnita. 

"Observamos alguns desenvolvimentos positivos na valorização da Vale recentemente, como a melhoria nos volumes de minério de ferro, mas preferimos aguardar maior clareza sobre os desafios e o cenário macroeconômico antes de fazer mudanças significativas", ressaltou o BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME) após a divulgação da prévia operacional.

As ADRs da Vale negociadas na NYSE operam em alta de 0,72% no after-market por volta das 21h desta quinta-feira, 24. Na bolsa brasileira, as ações da mineradora fecharam em alta de 0,59%, negociadas a R$ 59,70. Os papéis acumulam queda de 22,5% no ano.

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