Linha de produção de montadora, uma das clientes da Tupy: a empresa fabrica componentes com ferro fundido (Germano Lüders/Exame)
Da Redação
Publicado em 20 de janeiro de 2021 às 06h10.
Última atualização em 20 de janeiro de 2021 às 11h49.
Uma das small caps preferidas dos investidores, a empresa industrial Tupy (TUPY3) recebeu uma notícia negativa há um mês, com a recomendação de reprovação da aquisição da italiana Teskid pela Superintendência-Geral (SG) do Cade, o órgão brasileiro de defesa da concorrência. Diante do revés, as ações sofreram uma queda nos dias seguintes, mas logo se recuperaram e fecharam na terça-feira, 20, em patamar 4% acima antes da notícia contrária. O parecer da SG será submetido ao tribunal do Cade.
As perspectivas podem ser mais favoráveis do que muitos investidores avaliam, com potencial de valorização que se aproxima de 50% em um cenário intermediário em que a operação é aprovada pelo Cade apesar da recomendação da superintendência. É o que aponta um relatório recém-concluído pelo analista Vitor de Melo, da EXAME Research.
"Entendemos que ainda há espaço para reversão do parecer negativo e que as maiores chances da companhia residem em uma melhor explicação do mercado relevante, e/ou melhor explicação e garantias em relação às eficiências geradas pela transação, e como elas fluirão para a sociedade como um todo", escreve Melo no relatório.
No cenário-base que parte da premissa da aprovação, o preço-alvo da Tupy para o fim de 2021 é fixado em 30,20 reais, o que implica um upside (potencial de alta) de 36%, contando o preço de 22,27 reais no fechamento desta terça-feira, 19.
O documento foi preparado a partir de conversas com gestoras (o buy-side), com analistas de ações (o sell-side) e com especialistas em direito concorrencial. Apesar da avaliação de que o parecer da superintendência pode ser revertido, Melo avalia que esse cenário é remoto.
Sem as sinergias previstas na incorporação da Teskid, as ações da Tupy teriam um preço-alvo abaixo da cotação atual, sendo fixada em 20,80 reais para o fim de 2021 -- seria uma queda de 6,2% em relação aos patamares atuais.
A brasileira Tupy anunciou a compra da operação de ferro fundido da italiana Teskid, que pertencia à FCA (Fiat Chrysler), por 210 milhões de euro em dezembro de 2019. Na ocasião, o negócio foi avaliado como a união de duas empresas de ponta no segmento, abrindo caminho para ganho de escala e sinergias de milhões de dólares.
Saiba mais sobre os cenários mais prováveis para os indicadores financeiros da Tupy, com ou sem a incorporação da Teskid, e os preços-alvos em cada situação no relatório completo da EXAME Research.