“Ficamos surpresos”: Tenda renova recorde e lucra R$ 76,2 milhões no 3º tri
Construtora bate consenso e fica 217% acima das expectativas de mercado; controle de custos e vendas são destaque
Repórter de Invest
Publicado em 6 de novembro de 2024 às 19h44.
Última atualização em 7 de novembro de 2024 às 14h19.
A construtora Tenda (TEND3)entregou um resultado no terceiro trimestre que surpreendeu até mesmo a própria administração. O lucro líquido no terceiro trimestre foi de R$ 76,2 milhões, revertendo prejuízo de R$ 23,8 milhões no mesmo período do ano passado.
O resultado ficou 217% acima do consenso Bloomberg, que esperava lucro de R$ 24 milhões no período, e foi quase 17 vezes superior ao lucro de R$ 4,5 milhões entregue no trimestre passado.
O balanço marca ainda o melhor resultado da companhia desde o quarto trimestre de 2019, quando teve um resultado também de R$ 76,2 milhões na última linha do balanço.
“Foi muito impressionante, ficamos surpresos”, disse o CFO da companhia, Luiz Mauricio Garcia, em entrevista à EXAME. “O segmento econômico segue muito forte. Isso, aliado à combinação de volume e à melhora contínua de margem possibilitou que atingíssemos esse resultado.”
A Tenda é uma das maiores construtoras do País com foco no programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), em especial para as faixas 1 e 2, de renda mais baixa. A companhia ressaltou que o Conselho Curador do FGTS aprovou o novo orçamento 2025 para o programa MCMV com aumentos significativos no número de unidades destinadas às faixas 1 e 2 do programa, de 38% e 30%, respectivamente.
“O programa segue muito favorável. O orçamento do programa para 2025, trouxe um aumento maior para as faixas de menor renda, que são justamente as de maior atuação da Tenda”, completou Garcia.
A Tenda conta com duas divisões de negócios: sua marca homônima, de construção de prédios, e a Alea, divisão de casas pré-fabricadas de madeira que segue em fase de expansão. Os dados da divisão Tenda mostram lucro de R$ 92,1 milhões, revertendo prejuízo de R$ 10,3 milhões em 12 meses. Já a Alea, registrou prejuízo de R$ 15,9 milhões.
“A Alea ainda dá prejuízo, mas dentro do esperado. Com a evolução trimestre a trimestre, a expectativa é que a divisão comece a dar lucro até o final do ano que vem.”
Um trimestre de recordes
Além do lucro, o trimestre foi marcado também por recorde também em receitas. A receita líquida da Tenda foi de R$ 912,1 milhões no trimestre, alta de 13,7% em 12 meses e de 12,8% na comparação trimestral.
Os lançamentos somaram o maior valor histórico, de R$ 2,15 bilhões – 87,1% acima do recorde anterior, de R$ 1,15 bilhões, alcançado no quarto trimestre de 2023. O preço médio praticado no trimestre foi de R$ 215,3 mil por unidade.
A Tenda registrou R$ 1,46 bilhão em vendas líquidas, alta de 67,9% na comparação anual e avanço de 61,5% frente ao trimestre anterior.
“Houve ainda uma economia de custos relevante de R$4,1 milhões no trimestre. É um marco para uma empresa que teve histórico de estouro de custos na pandemia e subsequentes”, destacou o CFO.
O controle nos custos foi fator fundamental para a melhora da margem bruta ajustada. O indicador atingiu 32,2% no terceiro trimestre, uma melhora de 8,1 pontos percentuais em relação ao mesmo período do ano passado e de 2,7 p.p. em comparação ao trimestre anterior.
Revisão de guidance
Depois do salto no lucro, a Tenda revistou para cima suas três métricas de guidance para sua operação principal, no segmento Tenda. As vendas líquidas aumentaram em 26% no ponto médio do guidance, enquanto a margem bruta saltou 1,5 p.p. do ponto médio. Já o Ebtida avançou 31% na mesma base de comparação. Veja as mudanças:
- Margem bruta ajustada, da faixa entre 29% e 31% para o intervalo 31% e 32% (máximo) para o segmento Tenda;
- Vendas líquidas: da faixa entre R$ 3,2 bilhões e R$ 3,5 bilhões para o intervalo entre R$ 4,1 bilhões e R$ 4,4 bilhões;
- Ebitda Ajustado: da faixa entre R$ 375 milhões e R$ 425 milhões para o intervalor entre R$ 500 milhões e R$ 550 milhões.