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Selic: Aposta de alta de 0,5 p.p. perde força após dados fracos do mercado de trabalho dos EUA

Mercado internacional vê mais espaço para que o Federal Reserve inicie um ciclo de queda de juros com um corte mais agressivo na decisão deste mês

Gabriel Galípolo, indicado para a presidência do BC (Lula Marques/Agência Brasil)

Gabriel Galípolo, indicado para a presidência do BC (Lula Marques/Agência Brasil)

Guilherme Guilherme
Guilherme Guilherme

Repórter de Invest

Publicado em 6 de setembro de 2024 às 16h06.

O mercado tem reduzido as apostas de uma alta da Selic de 0,5 ponto percentual (p.p.) na próxima decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), após dados do mercado de trabalho americano indicarem uma economia menos aquecida do que o esperado nos Estados Unidos.

Nesse cenário, os investidores concentraram suas apostas em uma alta de 0,25 p.p. na decisão de 18 de setembro. A probabilidade precificada no mercado de opções subiu de 42% para 75% desde o início da semana.

Paralelamente, o mercado aumentou as expectativas de que o Federal Reserve adotará um corte de juros mais agressivo na decisão prevista para o mesmo dia. Com os dados mais fracos do mercado de trabalho, os investidores passaram a precificar até 50% de chance de o Fed reduzir a taxa de juros em 0,5 p.p., ante uma probabilidade de 30% uma semana atrás.

Na percepção do mercado, cortes de juros mais agressivos nos Estados Unidos reduziriam a necessidade de uma reação mais enérgica por parte do Banco Central.

Os dados do payroll divulgados nesta sexta-feira, 6, revelaram a criação de 142 mil empregos urbanos, abaixo da projeção dos economistas de 164 mil. Durante a semana, os números de empregos privados divulgados pelo ADP já haviam mostrado sinais de desaceleração no mercado de trabalho americano.

Expectativa de corte de juros nos EUA

Os sinais de maior fraqueza na economia americana levaram o Bank of America a prever um ciclo de corte de juros mais intenso nos Estados Unidos. A nova projeção inclui a redução da taxa, atualmente entre 5,25% e 5,5%, para entre 3,25% e 3,5% até o final do próximo ano, e não mais até meados de 2026.

O banco americano, no entanto, acredita que o primeiro corte do ciclo será de 0,25 p.p. em setembro. "Acreditamos que cortes mais agressivos não são justificados com base nos dados atuais. Se o Fed iniciar com um corte de 0,5 p.p., poderá perder credibilidade", afirma o banco em relatório.

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