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CEO do Santander destaca resultado “sem surpresas” no 1º trimestre

Lucro do Santander cai 48% no primeiro trimestre e fica dentro das expectativas da gestão

Mario Leão, CEO do Santander Brasil: resultado do banco ficou em linha com expectativa da gestão (Santander Brasil/Divulgação)

Mario Leão, CEO do Santander Brasil: resultado do banco ficou em linha com expectativa da gestão (Santander Brasil/Divulgação)

Beatriz Quesada
Beatriz Quesada

Repórter de Invest

Publicado em 25 de abril de 2023 às 17h43.

Última atualização em 25 de abril de 2023 às 21h02.

O Santander entregou um resultado para o primeiro trimestre que foi negativo, mas sem fugir ao que era esperado pelo mercado. Em outras palavras, sem susto, o que já é uma vantagem em um ambiente no qual as companhias começam a sentir os desafios de uma longa temporada de juros altos. Os números continuaram pressionados por esse cenário, sim: o banco teve lucro líquido societário de R$ 2,06 bilhões no período, queda de 47% frente ao ano passado. O resultado ficou ligeiramente pior do que a queda esperada, de 45%, segundo consenso Bloomberg. Mas nada que preocupasse. 

E apesar de estar longe do ideal, o resultado ficou dentro das expectativas do Santander. “A perfomance do Santander Brasil no primeiro trimestre está absolutamente em linha com as expectativas da gestão. Não tem nenhuma surpresa e estamos confiantes com as decisões que foram tomadas”, disse o CEO Mario Leão, em coletiva de resultados com jornalistas nesta manhã.

As decisões citadas por Leão incluem conservadorismo na concessão de crédito e foco em operações mais seguras de concessão, como o crédito para a alta renda e grandes empresas – fatores que vêm marcando os balanços do banco desde o ano passado. O Santander não fornece guidance, mas o CEO reforça que a expectativa é de melhora nos números nas próximas divulgações.

Foco na segurança: grandes empresas e alta renda 

O Santander aumentou a concessão de crédito para grandes empresas, segmento considerado mais seguro no crédito corporativo. A carteira de grandes empresas cresceu 19% na comparação anual e representou a maior alta entre os diferentes segmentos da carteira.

Embora o mercado esteja abalado pelo aumento de casos de recuperações judiciais mesmo entre companhias maiores, o Santander viu uma oportunidade de crescer no setor de forma cautelosa, com avaliações “caso a caso”. O banco se beneficiou do fechamento do mercado de capitais para o crédito corporativo, que trouxe capital para o mercado bancário.

“Com seletividade, fizemos mais empréstimos neste segmento do que vínhamos fazendo. Estamos olhando mais do que nunca para o portfólio de grandes empresas e vamos continuar buscando isso mesmo com a eventual normalização no mercado de capitais”, afirmou o presidente do banco.

O Santander vem reforçando também linhas de crédito mais seguras entre as pessoas físicas, como o segmento de alta renda, um dos menos impactados pela recente disparada dos juros. “É algo que o Santander sempre fez, mas estamos dando uma ênfase muito maior”, disse Leão. A expectativa do banco é chegar à marca de 1 milhão de clientes de alta renda ainda neste ano.

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