Sede do Santander Brasil: banco teve lucro de R$ 2,2 bilhões no 4º trimestre (Santander/Divulgação)
Repórter de Invest
Publicado em 31 de janeiro de 2024 às 08h24.
Última atualização em 31 de janeiro de 2024 às 11h30.
O Santander Brasil (SANB11) abriu a temporada dos balanços bancários nesta quarta-feira, 31, apresentando um lucro líquido recorrente de R$ 2,204 bilhões no quarto trimestre – abaixo das expectativas do mercado, que estimavam um saldo na casa dos R$ 2,87 bilhões segundo consenso LSEG (antigo Refinitiv).
O valor representa uma alta de 30% na comparação anual, mas o saldo positivo não foi um alívio. A recuperação judicial da Americanas é a explicação para o salto no lucro. Isso porque, no quarto trimestre de 2022, o Santander provisionou cerca de 30% da exposição que tinha à varejista neste trimestre, o que pressionou o resultado e diminuiu a base de comparação. Frente ao terceiro trimestre de 2023, o lucro do Santander caiu 19,2%.
No acumulado do ano, o Santander lucrou R$ 9,38 bilhões, baixa de 27,3% em comparação com o valor apurado em 2022.
O retorno sobre patrimônio líquido (ROE), que indica a capacidade do banco de rentabilizar seu capital, foi de 12,3%, um ganho de 5 pontos percentuais (p.p.) em base anual. Frente ao terceiro trimestre, houve baixa de 0,8 p.p. O indicador ainda segue abaixo do patamar dos 20% que o Santander alcançou em seu melhor momento.
A margem financeira do banco, linha que contabiliza operações que rendem juros, alcançou R$ 14,05 bilhões uma alta de 4,8% frente à janela de julho a setembro e ganhos de 4,8% na comparação anual.
Já a margem com clientes, que reflete as operações de crédito, alcançou R$ 14,32 bilhões, uma alta de 0,5% em três meses e de 3,8% no comparativo anual.
Por outro lado, o Santander apresentou margem negativa nas operações com mercado. Houve uma perda 80% menor que a observada um ano antes, de R$ 263 milhões.
A carteira de crédito ampliada do banco somou R$ 643 bilhões, o que representa um crescimento de 2,8% no trimestre e de 9% na comparação ano a ano, com destaque para os segmentos de pessoas físicas e pequenas e médias empresas.
O índice de inadimplência, por sua vez, subiu para 3,1% no indicador de longo prazo (90 dias). Frente ao ano passado, o índice apresentou estabilidade. Mas subiu 0,1 p.p. ante o trimestre anterior.
Já as provisões com devedores duvidosos (PDDs) somaram R$ 6,83 bilhões. O valor representa uma queda de 80% na base anual, considerando o efeito Americanas no ano anterior. Na comparação trimestral, por sua vez, a PDD avançou 21,7%.