Sede do Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos Estados Unidos (Leah Millis/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 4 de janeiro de 2023 às 18h18.
Última atualização em 4 de janeiro de 2023 às 18h29.
Os dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) avaliaram na reunião de política monetária de 13 e 14 de dezembro que o risco de alta da inflação continua sendo fator-chave para a política monetária. "Um par de participantes observou que os riscos para as perspectivas de inflação estavam se tornando mais equilibrados", destaca a ata do encontro, acrescentando que é apropriado manter uma política restritiva por "um período sustentado" para que a inflação volte à meta de 2% ao ano.
O documento ainda destaca que um número de dirigentes enfatizou que seria importante comunicar claramente que "a redução no ritmo de aumento de juros não é um indicador de qualquer enfraquecimento da determinação do Comitê em conquistar a meta de estabilidade de preços ou um julgamento de que a inflação já está em um caminho de baixa persistente".
Os dirigentes da autoridade monetária também defendem que, como a política monetária fez um trabalho importante nos mercados financeiros, uma "flexibilização injustificada" poderia atrapalhar os esforços do Comitê em restabelecer a estabilidade de preços.
Para a determinação do ritmo dos próximos aumentos, os membros devem considerar na sua avaliação "o aperto cumulativo da política monetária, as defasagens com que a política monetária afeta a atividade econômica e a inflação e os desenvolvimentos econômico-financeiros".
Nenhum dos dirigentes do Fed, durante a reunião de política monetária de 13 e 14 de dezembro, considerou apropriado corte de juros em 2023. Segundo a ata, os dirigentes observaram que a política restritiva "precisa ser mantida até novos dados providenciarem confiança de que a inflação está em baixa sustentada" para atingir a meta de 2%, algo que "deve levar tempo".
Vários integrantes comentaram que experiências em outros momentos da história alertam contra o "afrouxamento prematuro" da política monetária frente aos altos índices de inflação, pontua o documento.
Em geral, os dirigentes indicaram que os riscos de alta da inflação continuam sendo um fator-chave para a política monetária.
Todos os membros afirmaram que o Comitê segue "fortemente comprometido com o objetivo de retornar a inflação para a meta de 2%".
Além disso, os dirigentes concordaram que suas decisões devem levar em consideração uma gama ampla de informações, incluindo saúde pública, condições do mercado de trabalho, pressões inflacionárias e desenvolvimento financeiro e internacional.
Os dirigentes do Federal Reserve avaliaram na última reunião de política monetária que a redução no ritmo da alta de juros poderia ajudar com as metas de inflação e máximo emprego nos Estados Unidos. Na ocasião, o banco central americano reduziu o ritmo de elevação de juros de 0,75 ponto percentual para 0,50 ponto percentual, para a faixa de 4,25% a 4,50% ao ano.
"Uma redução do ritmo dos aumentos neste encontro permitiria que o Comitê avalie de forma melhor o progresso econômico para atingir os objetivos de máxima empregabilidade e estabilidade de preços, já que a política monetária se aproxima de um patamar que é suficientemente restritivo para conquistar essas metas", descreve a ata da reunião.
Os dirigentes analisaram que o cenário econômico ainda é incerto e a inflação continua muito acima da meta de 2%, apesar do progresso significativo durante o último ano em direção a uma política monetária mais restritiva.
Diante do aumento das incertezas sobre perspectivas futuras da inflação e atividade econômica real, a maioria dos integrantes enfatizou a necessidade de manter "flexibilidade e opcionalidade", enquanto continua movendo a política monetária para um patamar mais restritivo, com novos aumentos de juros capazes de atingir as metas determinadas pelo Comitê.