Presidente da Taurus (TASA4), Salesio Nuhs (Ricardo Jaeger/Exame)
Para o CEO da Taurus (TASA4), Salesio Nuhs, o resultado das eleições de outubro 2022 não é fonte de preocupação.
"O direito do cidadão brasileiro de se defender está garantido com o referendo de 2005. E isso nenhum presidente vai poder mudar. Além disso, nossa operação no exterior hoje é muito sólida, e isso nos deixa mais tranquilo sobre qualquer resultado eleitoral", já que nosso faturamento é em grande parte em dólare, explica o CEO da Taurus em entrevista exclusiva à EXAME.
Nuhs comemorou os resultados positivos do primeiro trimestre de 2022 da fabricante de armas.
A Taurus registrou uma receita operacional líquida de R$ 676,6 milhões, alta de 22,8% na comparação com o primeiro trimestre de 2021, quando tinha sido de R$ 551,1 milhões.
O executivo lembrou como a receita líquida cresceu, apesar do número de armas vendidas ficou estável.
"Tivemos um desempenho muito bom no resto do mundo, aumentamos nosso mix de produtos e, com isso, a rentabilidade também", salientou Nuhs.
Para Nuhs, a Taurus está se consolidando como a maior produtora de armas curtas do mundo após o investimento realizado no ano passado.
"Antecipamos nossas previsões, que indicavam esse resultado como possível somente em 2024. Isso graças ao excelente trabalho de toda a equipe da Taurus", explicou Nuhs.
Segundo o presidente da Taurus, o cenário atual post-pandêmico representa um desaquecimento na demanda, ou uma estabilização, principalmente nos EUA.
Por outro lado, a guerra na Ucrânia está resultando na militarização da Europa e da Ásia, e isso acaba tendo efeitos sobre as licitações no resto do mundo.
"Ninguém gosta de guerra, nem a gente. Mas isso, obviamente, vai representar maior compra de armas por parte de muitos países", explica Nuhs.
Para ele, essa situação vai aumentar ainda mais a exposição ao mercado externo por parte da empresa.
"Para se ter uma ideia, uma só licitação na Índia é de 94 mil fuzis. Isso representa as vendas totais de um ano no Brasil", explicou Nuhs.
Por outro lado, o executivo salientou como a inflação de matérias primas, de petróleo e gás, vai ter um efeito sobre as operações de muitas empresas, inclusive da Taurus.
Para o presidente da Taurus, o mercado americano continua o mais importante em termos de vendas
"Nos EUA eu entendo que a gente tem um novo normal, um novo comportamento dos consumidores, após a euforia de 2020. Mesmo assim, a gente está vendo um crescimento das vendas. Uma tendência Nos últimos vinte anos o mercado americano cresceu, em média, 7% ao ano", salientou Nuhs.
O presidente da Taurus salientou como a empresa se posiciona como melhor custo-benefício do mercado americano.
"A Taurus é um ótimo produto para quem está comprando sua primeira arma de fogo", salientou Nuhs.
Sobre as questões de confiabilidade das armas de fogo, que gerou muita polêmica no passado, Nuhs foi categórico.
"O problema de confiabilidade das armas é algo que ficou no passado. A palavra-chave hoje é qualidade. Um exemplo disso é a escolha que a Brigada Militar do Rio Grande do Sul fez em comprar 60 fuzis Taurus para o grupo de operações especiais, o BOPE local", explicou Nuhs.
Segundo o presidente da Taurus, ninguém se torna "o maior vendedor de armas do mundo sem ter qualidade. E manter esse patamar é nosso objetivo".