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Recorde do S&P 500 não conta toda a história, diz Gavekal; saiba o que está nas entrelinhas

A Gavekal alerta que é bastante provável que a oferta de títulos do Tesouro dos EUA permaneça abundante neste ano

Na avaliação da Gavekal Research, o novo recorde histórico estabelecido na sexta-feira “não conta toda a história” (Michael M. Santiago/Getty Images)

Na avaliação da Gavekal Research, o novo recorde histórico estabelecido na sexta-feira “não conta toda a história” (Michael M. Santiago/Getty Images)

Janize Colaço
Janize Colaço

Repórter de Invest

Publicado em 22 de janeiro de 2024 às 18h00.

Última atualização em 22 de janeiro de 2024 às 18h38.

O S&P 500 atingiu a sua máxima histórica na última semana e analistas têm trabalhado com pontuações recordes para este ano. No entanto, na avaliação da Gavekal Research, o novo recorde histórico estabelecido na sexta-feira “não conta toda a história”.

Em relatório, a empresa de serviços financeiros explica que o rali nas ações americanas, entre o final de outubro e o final de dezembro, foi amplo e levou o índice ponderado S&P 500 subir junto com o índice ponderado pela capitalização. Nesse movimento, os rendimentos dos treasuries de dez anos caíram de 4,9% para 3,8%.

“O rali do acumulado do ano foi impulsionado por um punhado de ações de grande capitalização, cujo ímpeto as tornou amplamente imunes – por enquanto – a preocupações mais prosaicas. Mas para a maioria dos papéis do índice, os rendimentos dos títulos ainda importam”, diz Will Denyer, economista-chefe da Gavekal.

Ações x treasuries

Denyer discorre, ainda, sobre o fato de o governo dos Estados Unidos continuar a gastar mais do que arrecada com impostos, sendo que o déficit orçamentário para o ano fiscal de 2023 ficou em 6,3% do PIB americano. “E com um Congresso dividido quanto a cortar gastos em um ano eleitoral, o déficit para este ano não deve ser significativamente menor.

Diante desse cenário, é bastante provável que a oferta de títulos do Tesouro dos EUA permaneça abundante. O economista alerta para o fato de que no curto prazo, as expectativas de crescimento também afetarão os rendimentos reais. Por isso, caso o crescimento e os retornos esperados no setor privado aumentem, o mesmo acontecerá com o custo de oportunidade dos empréstimos ao governo. E isso deve pressionar para cima os rendimentos reais.

“Por outro lado, se o crescimento do setor privado derrapar, os investidores tenderão a preferir a segurança da renda fixa do governo, pressionando para baixo os rendimentos. Neste momento, as perspectivas são incertas, e qualquer um dos cenários pode se desenrolar”, diz Denyer.

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