Bolsas: mercado brasileiro deve reagir ao Copom (Andre Coelho/Bloomberg)
Publicado em 22 de junho de 2023 às 07h50.
Última atualização em 22 de junho de 2023 às 09h20.
Investidores deverão reagir nesta quinta-feira, 22, ao comunicado da decisão de juros do Comitê de Política Monetária (Copom) da última noite. Com a manutenção da taxa de juros Selic em 13,75%, a novidade ficou para o tom do comentário, considerado o mais "dovish" desde o início do aperto monetário.
Em relação à comunicação anterior foi retirado o trecho que dizia que é necessário manter a taxa de juros elevada até "que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas". O BC também deixou de lado o trecho em que afirmava "não hesitar em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado".
A mensagem foi entendida como um sinal de que os cortes de juros deverão começar somente na reunião de setembro, e não em agosto, como apostava parte dos economistas. Segundo antecipou Gabirela Joubert, estrategista-chefe do Inter Research, a sinalização de cortes em agosto poderia gerar uma reprecificação dos ativos. A falta de sinalização de queda iminente deve aumentar a pressão de integrantes do governo Lula sob o Banco Central.
As bolsas internacionais caem nesta manhã. Os futuros americanos caem em reação ao aceno do presidente do Fed, Jerome Powell, de que o ciclo de alta de juros do país não acabou. A percepção dos investidores é de que uma queda na economia americana tem mais chances de acontecer. Os prêmios dos títulos do Tesouro dos EUA de dois anos excederam os das notas de dez anos em até um ponto percentual na quarta-feira. Ontem, o S&P 500 caiu 0,5% e Nasdaq recuou 1,2%, com destaque negativo para a queda de 5,7% das ações da AMD.
Na Europa, as bolsas abriram em queda, também contaminadas pelo discurso de Powell no Congresso americano. Stoxx 600 cai quase 1% nesta manhã, puxada pela queda de 1,9% de ações de bancos. Os investidores do velho continente irão reagir a decisão de juros do Banco da Inglaterra, que foi divulgado nesta manhã. Em dia de feriado na China e em Hong Kong, o mercado asiático fechou negativo.
No mercado internacional, as atenções se voltam para o segundo dia do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, no Congresso americano. Após ter esclarecido as motivações das últimas decisões do Fed perante a Câmara americana, nesta quinta, Powell estará no Senado. Ontem, o presidente do banco central americano reforçou ainda haver um "longo caminho" na luta contra a inflação. Embora tenha interrompido o ciclo de altas de juros na última reunião, na semana passada, investidores esperam por sua retomada já na próxima decisão.
Investidores europeus devem reagir a decisão de política monetária do Banco da Inglaterra. O banco central inglês aumentou suas taxas de juros em 50 pontos-base, após os dados da inflação mostrarem na quarta-feira um resultado acima do esperado. Esse foi o 13º aumento consecutivo e surpreendeu o mercado, que esperava alta de 25 pontos-base. Os bancos centrais da Suíça e da Noruega elevaram suas taxas nesta manhã.
O Ibovespa fechou em altade 0,67% a 120.421 pontos, com grande expectativa para a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) da noite desta quarta-feira, 1. Foi a primeira vez no ano que o índice encerrou o pregão acima de 120.000 pontos.
O dólar em queda de 0,54% a R$4,860. O dólar reage à expectativa em relação à reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC). Investidores esperam a manutenção da Taxa Selic em 13,75%.
O horário de negociação na B3 vai das 10h às 17h. A pré-abertura ocorre entre 9h45 e 10h, enquanto o after-market ocorre entre 17h25 e 17h30. Já as negociações com o Ibovespa futuro ocorrem entre 9h e 17h55.