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Rali das techs, IPCA, Azul, MMX e o que mais move o mercado

Perspectiva de que a inflação americana é apenas temporária ganha força no mercado e temores de um aperto monetário diminuem

Azul: presidente John Rodgerson vê empresa em posição para se consolidar no setor por meio de aquisições | Foto: Avolon/Divulgação (Avolon/Divulgação)

Azul: presidente John Rodgerson vê empresa em posição para se consolidar no setor por meio de aquisições | Foto: Avolon/Divulgação (Avolon/Divulgação)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 25 de maio de 2021 às 07h01.

Última atualização em 25 de maio de 2021 às 07h12.

O mercado internacional voltou a sinalizar busca por ativos de risco na manhã desta terça-feira, 25, com os principais índices de ações em alta e o dólar perdendo força contra moedas emergentes e desenvolvidas. A exceção é a lira turca, que se desvaloriza frente ao dólar após o presidente da Turquia, Recep Erdogan, trocar o comando de seu banco central pela terceira vez em dois meses.

Na Europa, onde os mercados da França e da Alemanha estiveram fechadas devido ao feriado de Pentecostes no início da semana, as bolsas são puxadas pelas ações de tecnologia. Em Frankfurt, o índice DAX chegou a bater máxima histórica mais cedo.

O setor de tecnologia vinha sendo o mais afetado pelos temores de que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) apertasse sua política de estímulo monetário para conter a inflação. No entanto, cresce no mercado a percepção de que a inflação americana é apenas temporária - o que tem feito os papéis do setor apresentarem fortes altas.

Com a busca por ações de tecnologia, o índice Nasdaq fechou o último pregão em alta de 1,41%, enquanto o S&P 500 e o Dow Jones, com menor concentração de papéis do setor, subiram menos de 1%. Nesta manhã, o índice Nasdaq volta a se destacar no mercado de futuros, deixando os outros dois índices para trás.

O que tem aliviado os temores do mercado são as recentes declarações de membros do Fed. Na véspera, a presidente do Fed de Atlanta, Lael Brainard, disse que espera ver uma aceleração de preços com a maior circulação de pessoas, mas que o efeito não deve persistir no longo prazo. 

“Parte muito importante da dinâmica da inflação são as expectativas de inflação de longo prazo e essas foram extremamente bem ancoradas”, disse Brainard. 

Em abril, a inflação de 12 meses dos Estados Unidos bateu 4,2%, ficando bem acima da meta de 2% ao ano. Mas isso não a assusta. “Nós vamos ver mais inflação. Eu acho que é principalmente temporário, mas que parte disso irá fluir para as expectativas de inflação e teremos a inflação acima de 2% neste ano e em 2022”, disse em entrevista ao Yahoo Finance

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IPCA

No Brasil, os dados de inflação também têm sido monitorados de perto pelo mercado. Nesta terça, investidores estarão atentos à divulgação do IPCA referente aos 15 primeiros dias de maio.

A expectativa é de uma leve desaceleração de 0,60%, em abril, para 0,55%. Já o IPCA anual deve bater 7,39%, ficando ainda mais acima do topo da meta de inflação para este ano, de 5,25%.

Por outro lado, o mercado tem fé de que o Banco Central irá colocar a inflação de volta nos trilhos, elevando a taxa de juros de modo incisivo. Para a próxima reunião do Copom, daqui a três semanas, é esperada uma nova alta de 0,75 ponto percentual na taxa Selic para 4,25% ao ano. 

Azul

A Azul (AZUL4) informou na última noite sobre o fim da parceria de compartilhamento de aeronaves com a Latam. A companhia aérea, no entanto, disse ver uma tendência de consolidação no setor e que "a Azul está em uma posição forte para liderar um processo nesse sentido”. 

“A Azul está emergindo desta crise em uma posição de liderança em termos de liquidez, recuperação de malha e vantagens competitivas. Nossos planos não mudaram e estou confiante de que estamos na melhor posição para buscar alternativas estratégicas neste momento”, disse John Rodgerson, presidente da Azul, em fato relevante. 

MMX

A MMX (MMXM3), mineradora ligada ao empresário Eike Batista, informou ter conseguido uma liminar que suspendeu a decisão que decretou a falência de sua subsidiária MMX Sudeste. Apesar da suspensão, a própria MMX teve sua falência decretada na última semana. Desde então, suas ações estão suspensas para negociação na B3.

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