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Queda no Japão e na Europa e disparada do índice VIX: o que está acontecendo com as bolsas hoje?

Índice VIX, conhecido como "índice do medo", chegou a subir 179% na manhã desta segunda-feira, 5

Bolsas de valores: mercados internacionais operam em forte queda na manhã desta segunda-feira, 5 (Kazuhiro NOGI /AFP)

Bolsas de valores: mercados internacionais operam em forte queda na manhã desta segunda-feira, 5 (Kazuhiro NOGI /AFP)

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 5 de agosto de 2024 às 09h19.

Última atualização em 5 de agosto de 2024 às 11h07.

Os mercados internacionais começaram esta segunda-feira, 5, em clima de grande cautela com investidores temendo que os Estados Unidos passem por uma recessão. O resultado é a disparada do índice VIX, que chegou a subir 179% pela manhã. A alta do VIX indica que o mercado está esperando uma grande volatilidade nos próximos 30 dias, explicam os especialistas. O movimento, inclusive, afeta o Ibovespa, que caiu mais de 2% no início da sessão.

Joao Lucas Tonello, analista CNPI da Nomos, explica que essa queda dos mercados asiáticos afeta diretamente os mercados emergentes, devido ao "risk off". Isso porque quando os investidores estão menos dispostos a correrem riscos, o fluxo global é direcionado para os países desenvolvidos. “Dessa forma, o Brasil não ficará de fora de grandes quedas durante o pregão.”

No Japão, logo no começo da sessão, as negociações foram interrompidas devido às quedas acentuadas nas ações. O movimento não conseguiu amenizar as perdas e os principais índices Nikkei 225 e Topix fecharam em queda de mais de 12%. Na Europa e nos Estados Unidos, os futuros também recuam fortemente, com o índice futuro da Nasdaq chegando a cair 6,5%.

Principais índices dos EUA, Europa e Brasil (9h24):

  • Ibovespa: - 1,07%
  • Dólar: + 1,66% a R$ 5,805
  • Dow Jones: - 2,60%
  • S&P 500: - 2,58%
  • Nasdaq: - 2,71%
  • Stoxx Europe 600: - 2,15%

Por que as bolsas do Japão tombaram?

O tombo nas bolsas do Japão e a necessidade de interromper as negociações é uma somatória de muitos fatores: aumento dos juros pelo Banco do Japão (BoJ), dados do payroll (relatório de emprego) abaixo do esperado nos Estados Unidos e manutenção de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) - sendo que os últimos dois se unem para criar um temor em relação a uma recessão da economia americana.

Na semana passada, o BoJ elevou sua taxa de juros de 0,10% para 0,25% ao ano, o que tornou o cenário econômico do país ainda mais incerto, segundo Alex Carvalho, analista CNPI da CM Capital. A taxa, embora pequena, é a maior desde 2008, o que também ajuda a migrar o fluxo de capital de renda variável para renda fixa. “Embora a taxa ainda seja bem baixa, os investidores do Japão ficaram boa parte dos últimos anos com taxa negativa ou zero, então dá para entender o porquê da saída da renda variável para renda fixa", acrescenta Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos.

Já os números do payroll mostraram que o mercado de trabalho nos Estados Unidos desacelerou mais do que o previsto. Em julho, o país criou 114 mil vagas de emprego, quase metade do que em junho, quando foram adicionados 206 mil novos postos no país. A expectativa de economistas ouvidos pela agência Reuters era de 175 mil novos empregos. A taxa de desemprego também surpreendeu, ficando em 4,3%, maior nível desde outubro de 2001, enquanto as projeções apontavam que ela se mantivesse em 4,1% igual a junho.

“A taxa de juros dos EUA também não foi cortada, o que acabou pressionando a economia americana. Temos apenas mais três reuniões no ano e com a forte queda do número de empregos, teremos então uma possível recessão nos EUA. O motivo? O dado que pode indicar uma crise é justamente o de vagas de empregos. Então o cenário global está com medo de uma recessão nos EUA”, explica Tonello.

*Matéria em atualização

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