Cotações do petróleo continuam em trajetória de alta | Foto: Regis Duvignau/Reuters (Regis Duvignau/Reuters)
Agência O Globo
Publicado em 26 de janeiro de 2022 às 09h03.
Última atualização em 26 de janeiro de 2022 às 14h52.
O preço do barril do petróleo é negociado mais uma vez em alta nesta quarta-feira, dia 26, nos maiores valores desde 2014. O acirramento da tensão geopolítica entre a Rússia e a Ucrânia -- esta com o apoio de países do Ocidente -- aumenta as preocupações em relação à oferta da commodity em um cenário de demanda aquecida.
Por volta de 12h no horário de Brasília, o preço do contrato futuro para entrega em março do petróleo do tipo Brent subia 1,79%, negociado a 89,78 dólares. Pela manhã, chegou a superar a marca de 90 dólares.
Já o preço do contrato para o mesmo mês do tipo WTI, utilizado no mercado americano, avançava 1,60%, cotado a 86,97 dólares o barril. O WTI ultrapassou a marca dos 86 dólares pela primeira vez desde 2014.
Os preços do petróleo já vinham subindo com o aquecimento da demanda em um cenário de retomada da atividade econômica no pós-pandemia.
"O mercado está basicamente em suboferta persistente desde meados de 2020, graças aos cortes da OPEP+ e uma recuperação contínua da demanda por petróleo. Podemos entrar em um aperto no mercado de petróleo desencadeado por muito pouco investimento e demanda por petróleo se recuperando rapidamente", disse Helge Andre Martinsen, analista sênior de petróleo da DNB ASA.
O receio é que um conflito entre os países possa afetar a distribuição de gás e petróleo da Rússia, um dos importantes players nesse mercado, para o restante da Europa.
Na segunda-feira, dia 24, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), a aliança militar liderada pelos Estados Unidos, anunciou que alguns de seus países-membros estão colocando suas forças de prontidão e reforçando as nações aliadas do Leste europeu, próximo às fronteiras russas, com o envio de mais navios e caças-bombardeiros.
O presidente americano, Joe Biden, disse que poderia impor sanções contra o presidente russo Vladimir Putin, caso o país invadisse a Ucrânia.
Além do conflito geopolítico, as estimativas da indústria são as de uma redução dos estoques nos Estados Unidos, o que também afeta os preços. Fontes disseram à agência Bloomberg que o Instituto Americano de Petróleo deve relatar queda semanal de 875 mil barris, o que corresponderia ao oitavo declínio em nove semanas.
Uma série de bancos de Wall Street, incluindo o Goldman Sachs, previu que o petróleo chegará a US$ 100 o barril ainda neste ano.
(Com a Redação)