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PPI nos EUA, dólar em alta, B3, Cogna, MRV e o que mais move o mercado

Bolsas caem no mundo todo em meio à fuga para os títulos do Tesouro americano; perdas na Europa superam 2%

B3: empresa responsável pela bolsa brasileira divulga balanço nesta noite (Germano Lüders/Exame)
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Guilherme Guilherme

Publicado em 12 de maio de 2022 às 07h07.

Última atualização em 12 de maio de 2022 às 08h47.

O tom negativo volta a ditar o ritmo dos mercados globais na manhã desta quinta-feira, 12, enquanto investidores aguardam a apresentação do Índice de Preço ao Produtor americano (PPI, na sigla em inglês). O dado previsto para sair às 9h30 será divulgado um dia após a inflação ao consumidor dos Estados Unidos sair acima do esperando, provocando duras perdas nas bolsas de Wall Street.

Flight to safety?

Na Europa, onde o mercado fechou antes da virada de humor em Nova York, as bolsas caem mais de 2% nesta manhã. Já os índices americanos estendem as perdas no mercado de futuros, depois de o Nasdaq ter fechado com queda de mais de 3%. O dinheiro que sai das ações vai direto para o Tesouro americano. Apesar das expectativas de um aperto monetário mais duro, o rendimento dos títulos do Tesouro, inversamente proporcionais a demanda, caem nesta quinta.

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Para comprar esses títulos, considerados os mais seguros do mundo em períodos de crise, investidores precisam antes comprar dólar -- que volta a ganhar força nesta manhã. A moeda americana está sendo negociada no exterior no maior nível em 20 anos. No Brasil, embora preços de commodities tenham ajudado a frear a moeda no início do ano, nada indica que o dólar vai parar de subir. A moeda fechou próximo de R$ 5,15 na véspera. Há menos de um mês, a moeda era cotada abaixo de R$ 4,70.

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Inflação ao produtor

Mas, ainda que pontualmente, a inflação ao produtor americano que será divulgada hoje poderá melhorar o humor do mercado. Ainda mais se o número ficar abaixo da queda projetada de 11,2% para 10,7%. Porém, se a inflação der indício que segue acelerando, o clima poderá pesar ainda mais. Junto com o PPI será divulgado os pedidos semanais de seguro desemprego, que seguem nos menores níveis da história nos Estados Unidos, servindo de pressão adicional à alta de preços na economia.

No Brasil, além das preocupações macroeconômicas, há uma temporada de balanços em curso. Pressões de inflação e custos sofridas pelas empresas estão no centro das atenções de analistas. Na véspera, a CVC, maior companhia de turismo da América Latina, admitiu que as condições macroeconômicas poderão ter um grande impacto no negócio, principalmente, a partir do segundo semestre, para quando a empresa espera que os efeitos da reabertura no negócio se tornem mais estáveis.

Balanços do dia

Esta quinta será um dos dias mais agitados da temporada, em termos de número de balanços. Serão mais de 30. Entre os mais esperados estão os da MRV, Cogna, Locaweb, Smartfit, Americanas, Bradespar e Rede D'Or. Mas um, em especial, poderá trazer informações adicionais ao mercado: o da B3. A companhia responsável pela bolsa brasileira irá divulgar seus números após o fechamento do pregão. As ações da companhia já caíram 30% desde que atingiram a máxima no ano, em meados de abril  -- período que coincide com a melhor fase do Ibovespa no ano.

Sem ajuda de commodities

O principal índice da bolsa brasileira fechou o último pregão em alta, contrariando o mau humor internacional. Valorização de empresas de commodiites, impulsionadas por preços mais altos no exterior, puxaram o movimento positivo. A Vale disparou 4,17% e a Petrobras (PETR4) subiu 3,48%, a despeito da saída do então ministro Bento Albuquerque ter gerado ruídos sobre alterações em suas políticas de preço. A queda do minério de ferro e a do petróleo nesta quinta, porém, reduzem as chances de o Ibovespa voltar a ser salvo pelas gigantes do índice.

Serviços

Na agenda brasileira estão dados sobre o crescimento do setor de serviços referente ao mês de março. A expectativa é de alta de 8,5% frente ao mesmo período do ano passado.

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