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Por que as ações de tech sofrem mais com a alta dos juros?

Índice Nasdaq sofreu a maior queda desde março com possível elevação da taxa de juro nos EUA

Modelo de negócio das techs explica porque elas são as ações mais afetadas | Foto: Teradat Santivivut/ GettyImages (TERADAT SANTIVIVUT/Getty Images)

Modelo de negócio das techs explica porque elas são as ações mais afetadas | Foto: Teradat Santivivut/ GettyImages (TERADAT SANTIVIVUT/Getty Images)

BQ

Beatriz Quesada

Publicado em 29 de setembro de 2021 às 09h44.

O último pregão foi de fortes perdas para as ações do setor de tecnologia dentro e fora do Brasil. Facebook, Microsoft e Alphabet caíram mais de 3%, enquanto a Amazon recuou mais de 2%. Por aqui, os papéis do Banco Inter (BIDI11/BIDI4) registraram quedas superiores a 11%, seguidos por uma baixa de 8% nas ações da fintech Méliuz (CASH3).

As baixas reagiram a uma possível elevação na taxa de juros nos Estados Unidos antes do esperado por investidores. O mau humor nos mercados foi causado por um discurso de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), aos congressistas americanos sobre a inflação.

Powell, que antes via a inflação como meramente passageira, mudou o discurso e afirmou que a alta nos preços é mais duradoura que o esperado. Para o mercado, a sinalização foi de que o Fed poderá subir os juros ainda em 2022, prejudicando opções de investimento mais arriscadas, como a renda variável. 

Após a declaração, o Nasdaq, índice ligado às ações de tecnologia, caiu quase 3% – em sua pior performance desde março – contaminando também as ações de techs brasileiras. Mas por que os papéis de tecnologia foram os mais prejudicados? A explicação está no modelo de negócios das companhias. 

“As empresas de tecnologia possuem um balanço um pouco mais alavancado, fazem mais dívidas para financiar seu rápido crescimento. Então, se os juros sobem, o resultado operacional dessas companhias piora”, explicou Jerson Zanlorenzi, responsável pela mesa de renda variável e derivativos do BTG Pactual digital, na Abertura de Mercado desta quarta-feira.

Após as fortes quedas, o tom hoje nas bolsas é de recuperação, mas Zanlorenzi reforça que os riscos ainda estão no radar. “Não há mal que dure para sempre, então o mercado passa por um movimento clássico de correção. O que preocupa é que 90% dessa alta é em cima de preço, porque os ativos estão descontados”, afirmou.

As discussões sobre juros devem contar com novos desdobramentos hoje no Fórum de Sintra, onde se reúnem os principais banqueiros centrais do mundo. Está previsto para às 12h45 o painel com o presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Jerome Powell, a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, o presidente do Banco da Inglaterra, Andrew Bailey, e o presidente do Banco do Japão, Haruhiko Kuroda.

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