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Petz-Cobasi: Cade exige venda de lojas em São Paulo para aprovar fusão

As empresas afirmaram que a operação resultaria em uma participação de 11% do total do mercado pet no Brasil

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter

Publicado em 10 de dezembro de 2025 às 15h21.

O Conselho Administrativo de Defesa Econômico (Cade) aprovou a união entre a Petz e a Cobasi, mas condicionou a operação à venda de lojas em São Paulo. As empresas do mercado pet tiveram que firmar um Acordo em Controle de Concentração (ACC) com a autoridade antitruste, que exige um pacote de desinvestimentos no estado.

Reforço competitivo

A decisão do Cade obriga as companhias a se desfazerem de um total de 20 a 30 unidades no estado de São Paulo. O número exato não foi especificado para não expor informações confidenciais da operação.

O relator do caso, conselheiro José Levi, justificou que a exigência de desinvestimento em São Paulo visa um "reforço competitivo após a operação na praça de maiores preocupações". A aprovação foi dada sob a perspectiva de que, após a venda das lojas, o mercado se tornará mais competitivo do que é hoje.

11% de participação de mercado

A fusão entre Petz e Cobasi foi anunciada em agosto de 2024. Na época, as empresas afirmaram que a operação resultaria em uma participação de 11% do total do mercado pet no Brasil.

O processo de aprovação enfrentou resistência de concorrentes, como a Petlove. Em junho, a Superintendência do Cade havia aprovado a operação sem restrições em primeira instância. Após questionamentos, o Conselho impôs o plano de desinvestimento como condição.

E as unidades em SP?

Embora o acordo ainda não tenha informações precisas sobre os compradores, o conselheiro Carlos Jacques apontou que é "bem possível que exista um potencial ou mais de um possível comprador". A Petlove, que questionou a operação, já indicou interesse na aquisição das unidades em São Paulo.

Petz lucra R$ 33,4 milhões no 3º tri

O lucro líquido contábil da Petz (PETZ3) subiu para R$ 33,4 milhões no terceiro trimestre deste ano, em uma alta de quase 50% em relação ao mesmo período do ano anterior.

A companhia, segundo balanço divulgado na noite de quarta-feira, 5, encerrou o período com uma posição de caixa líquido de R$ 81 milhões, equivalente a 0,3 vez o Ebitda Ajustado dos últimos 12 meses, mesmo após o pagamento de dividendos extraordinários em novembro de 2024. Desde 2023, a empresa mantém o compromisso de não operar com dívida líquida acima de zero.

O lucro bruto, por sua vez, atingiu R$ 429,8 milhões no terceiro trimestre de 2025, um aumento de 8,8% em relação ao mesmo período do ano anterior, com margem bruta de 39,6%, avanço de 0,7 ponto percentual na comparação anual.

A CFO que gestou a fusão entre Petz e Cobasi – junto com seu terceiro filho

No cargo de CFO da Petz desde outubro de 2021, Aline Penna foi peça-chave na fusão com a Cobasi. Participou das negociações, da análise das sinergias e vem tocando o intrincado rito da transação no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Num longo namoro entre as empresas, o negócio quase foi fechado em setembro de 2023, mas bateu na trave. Parecia que não ia mais em frente, até que as conversas foram retomadas no começo de 2024.  Em abril daquele ano, quando os contratos finalmente foram assinados, Penna estava grávida de sete meses da sua terceira filha – e se manteve à frente de tudo, sem transformar a gestação em pauta.

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