Petróleo sobe mais de 3% com elevação do risco geopolítico após morte do líder do Hamas
Líder político do Hamas estava Irã quando foi morto, o que preocupa o mercado em relação à reação do país contra Israel. O Irã, por sua vez, é um dos maiores produtores de petróleo do mundo
Repórter de finanças
Publicado em 31 de julho de 2024 às 11h07.
Última atualização em 31 de julho de 2024 às 13h58.
O mercado de petróleo é foco dos investidores nesta quarta-feira, 31. Às 10h15, o petróleo de referência WTI subia 3,06% cotado a US$ 77,02 o barril, enquanto a referência Brent valorizava 2,51% cotado a US$ 80,60 o barril. O movimento da commodity é um reflexo da morte do líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, o que aumenta o risco geopolítico.
O grupo extremista confirmou a morte e disse que Haniyeh foi morto em um ataque aéreo em Teerã, capital do Irã, que o grupo terrorista atribui a Israel. O ataque ocorreu enquanto o líder político estava na cidade para a posse do novo presidente iraniano, nesta quarta-feira. As informações são do Financial Times.
A morte de Haniyeh coloca em xeque a relação entre Israel e Irã. Relação esta que já estava balançada após ataques diretos em abril deste ano. O assassinato de Haniyeh, portanto, eleva as tensões no Oriente Médio, e se torna um grande dilema para o Irã, que agora deverá deliberar sobre como responder.
No início do conflito entre Israel e Hamas, especialistas ouvidos pelaEXAME Investafirmaram que o que preocupa o mercado é justamente a entrada do Irã no conflito, visto que o país é um dos maiores produtores de petróleo no mundo, sendo membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). O envolvimento do país na guerra pode pressionar o preço do petróleo, além prejudicar países que compram a maior parte da commodity do país, como a China.
"Qualquer conflito no Oriente Médio é bullish (fator determinante para alta) para Petróleo, e o Irã, como um dos maiores exportadores, acaba sendo bem relevante nesse contexto, principalmente por conta do estreito de Hormuz, região que passa cerca de 15% a 20% do petroleo transacionado", comenta Frederico Nobre, portfólio manager da Warren Brasil Gestão.