Invest

Petróleo cai e atinge mínima de cinco meses com tensões entre EUA-China

Projeção de superávit global e disputa comercial ampliam pressão sobre o preço do barril

Publicado em 14 de outubro de 2025 às 14h58.

Os preços do petróleo registraram queda superior a 2% nesta terça-feira, 14, influenciados pelo aumento das tensões comerciais entre Estados Unidos e China e por novas projeções da Agência Internacional de Energia (AIE) sobre o mercado global.

O contrato futuro do Brent recuava US$ 1,46, ou 2,3%, cotado a US$ 61,86 o barril, registrando o menor valor desde o início de maio.

Já o WTI, referência norte-americana, caía 2,5%, para US$ 58,03, chegou à mínima desde janeiro de 2024. Na sessão anterior, o Brent havia subido 0,9%, e o WTI, 1%.

Em seu relatório mais recente, a Agência Internacional de Energia projetou que o mercado mundial de petróleo poderá enfrentar superávit de até 4 milhões de barris por dia em 2026, impulsionado pelo aumento da produção de países da OPEP+ e de produtores independentes, enquanto a demanda global deve crescer em ritmo mais lento.

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e seus aliados, incluindo a Rússia, apresentaram avaliação menos negativa, estimando que o déficit de oferta deve diminuir apenas gradualmente à medida que a produção planejada da aliança avança.

A diferença entre os preços dos contratos futuros e os de entrega imediata — conhecida como backwardation — também se reduziu. A movimentação indica oferta ampla de curto prazo, o que reduz o incentivo financeiro para operações no mercado à vista.

Tensões comerciais aumentam pressão nos mercados

As negociações entre EUA e China continuam sob incerteza. O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, afirmou que o presidente Donald Trump mantém o compromisso de se reunir com o líder chinês Xi Jinping ainda neste mês, na Coreia do Sul, para discutir medidas que reduzam atritos sobre tarifas e controles de exportação.

Apesar da intenção de diálogo, o clima se agravou após Pequim expandir os controles sobre exportação de terras raras e Trump ameaçar novas tarifas de até 100%, além de restrições à exportação de software a partir de 1º de novembro.

Ainda nesta terça-feira, o governo chinês também impôs sanções a cinco subsidiárias da sul-coreana Hanwha Ocean, ligadas a empresas dos EUA, enquanto ambos os países anunciaram novas tarifas portuárias para companhias de transporte marítimo.

Acompanhe tudo sobre:PetróleoChinaEstados Unidos (EUA)Opep

Mais de Invest

BTG Pactual lança simulador financeiro gratuito que ajuda a planejar sua aposentadoria

Por que está mais difícil de prever crises nos Estados Unidos

Por que empresas de robotáxi chinesas não foram bem recebidas na bolsa

Tesla segue roteiro da Berkshire. Mas Elon Musk pode ser novo Buffett?