Jean Paul Prates, presidente da Petrobras: "conselho agiu sob interesses do governo, mas não há intervenção" (Dado Galdieri/Acervo pessoal)
Repórter
Publicado em 14 de março de 2024 às 08h53.
Última atualização em 14 de março de 2024 às 09h42.
Em documento enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Petrobras negou que está em estudos para a criação de um novo fundo de reserva de dividendos com foco em investimentos, como reportado pelo jornal O Globo. O presidente da estatal, Jean Paul Prates, também se posicionou pelo X (ex-Twitter) sobre o tema, que levou a Petrobras a perder mais de R$ 50 bilhões de valor em apenas um dia. Segundo Prates, a decisão de não distribuir os dividendos extraordinários foi "meramente adiamento e reserva" A decisão, afirmou ele, foi orientada pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva.
"Somente quem não compreende (ou propositalmente não quer compreender) a natureza, os objetivos e o funcionamento de uma companhia aberta de capital misto com controle estatal pode pretender ver nisso uma intervenção indevida", afirmou Prates.
O mercado ficou nervoso esperando dividendos sobre cuja decisão foi meramente de adiamento e reserva.
Falar em “intervenção na Petrobrás” é querer criar dissidências, especulação e desinformação.
É preciso de uma vez por todas compreender que a Petrobrás é uma corporação de…
— Jean Paul Prates (@jeanpaulprates) March 13, 2024
A Petrobras informou após o resultado do quarto trimestre divulgado na semana passada que seu Conselho de Administração decidiu manter o lucro remanescente de R$ 43,9 bilhões em reserva. O valor, de acordo com a companhia, tem a "finalidade de assegurar recursos para o pagamento de dividendos, juros sobre o capital próprio, suas antecipações e recompras de ações".
A decisão provocou uma forte reação no mercado, que via nos dividendos um dos principais atrativos para o investimento na companhia. Com preços mais altos do petróleo e uma produção cada vez maior, devido à maturação do pré-sal, a estatal se consolidou nos últimos anos como uma das principais alternativas para quem busca proventos regulares. Por outro lado, o risco político sempre esteve relacionado à tese, uma vez que a companhia tem praticamente o controle sobre os preço dos combustíveis.