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PCE dos EUA, debate entre Biden e Trump e BTG Pactual (BPAC11): o que move o mercado

No cenário local, mercado acompanha a divulgação da Pnad Contínua e palestras do presidente do BC, Roberto Campos Neto, e do diretor de política monetária do BC, Gabriel Galípolo

Radar: mercado repercute debate presidencial nos EUA (Justin Sullivan/AFP)

Radar: mercado repercute debate presidencial nos EUA (Justin Sullivan/AFP)

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 28 de junho de 2024 às 08h44.

Os mercados internacionais operam em alta na manhã desta sexta-feira, 28. Nos Estados Unidos, de olho nos dados de hoje sobre a inflação americana e após um debate acalorado entre os candidatos à presidência, Joe Biden e Donald Trump, os índices futuros sobem. Na esteira do pregão anterior positivo de Wall Street, as bolsas da Ásia fecharam em alta.

Na Europa, o mercado reduz os ganhos pela manhã, puxado pela queda do índice da França, com investidores de olho nas eleições parlamentares no final de semana. Por aqui, o Ibovespa futuro sobe. Na véspera, dados mostraram um mercado de trabalho menos aquecido e falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre gastos geraram um certo otimismo no mercado.

PCE dos EUA

Investidores acompanham de perto a divulgação do Índice de Preço de Consumo Pessoal (PCE, na sigla em inglês). O mercado aguarda que o indicador mostre uma desaceleração para 2,6% na taxa anualizada de maio, frente aos 2,8% em abril. Caso a expectativa se concretize, será o menor resultado desde março de 2021. Entretanto, ainda estará acima da meta de inflação de 2% do Fed.

O PCE é a métrica de inflação preferida do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) e pode dar mais sinais sobre o início do corte de juros por lá. No início de junho, membros do Fed falaram apenas em uma redução da taxa em 2024. Segundo a plataforma do CME Group, o mercado aposta em setembro como o mês de maior probabilidade para o primeiro corte de juros (57,9%).

Eleições americanas

O mercado também repercute o primeiro debate entre os candidatos à presidência dos EUA, Joe Biden e Donald Trump, organizado pela CNN e transmitido pela CNN Brasil. O debate foi marcado por trocas duras de acusações entre os dois candidatos, com Biden chamando Trump de "réu condenado".

Ao responder a primeira questão do programa sobre a situação da economia e a alta da inflação. Biden culpou o adversário por ter deixado o país em situação ruim e por ter lidado mal com a pandemia. Em seguida, disse que tomou medidas para reduzir o custo de vida. Na sua primeira fala, Trump disse ter criado "a maior economia do mundo" antes da Covid, e que a inflação atual está matando o país.

Quando questionado sobre o aumento do déficit fiscal durante sua administração, Trump mencionou que aumentar os impostos poderia ser uma solução para equilibrar as finanças do país. O republicano argumentou que os cortes de impostos em seu governo "estimularam" a maior economia global. Por outro lado, Biden defendeu impostos mais altos para os mais ricos, acreditando que essa medida ajudaria a reduzir a dívida americana e a ampliar programas sociais, como o sistema de saúde.

No pré-mercado, os papéis da Trump Media (Nasdaq: DJT), empresa de mídia e tecnologia de Donald Trump, saltavam quase 9% em Nova York por volta das 8h (horário de Brasília, após avaliação de que o ex-presidente dos EUA venceu o primeiro debate. Uma pesquisa da CNN apontou que 67% dos espectadores elegeram Trump como o vencedor do debate, enquanto 33% classificaram Biden como o melhor.

BTG Pactual (BPAC11)

O BTG Pactual (BPAC11), do mesmo grupo controlador da EXAME, anunciou na noite desta quinta-feira, 27, que assinou a compra M.Y. Safra, banco de Nova York. Segundo o comunicado ao mercado, a aquisição faz parte da estratégia de expansão global do BTG Pactual nos segmentos de gestão patrimonial na América do Norte.

Como informa o BTG Pactual, o M.Y. Safra Bank atua principalmente nos mercados de private banking, bem como no mercado de financiamento imobiliário comercial e residencial, e produtos de crédito em geral. No final de março de 2024, o M.Y. Safra Bank possuía uma carteira de empréstimos correspondente a US$ 275 milhões, US$ 404 milhões em ativos totais e US$ 46 milhões de patrimônio líquido.

A conclusão da transação ainda está sujeita à verificação de determinadas condições precedentes, incluindo a obtenção de todas as aprovações regulatórias necessárias, inclusive do Banco Central (BC), do Fed, e do Office of the Comptroller of the Currency (OCC).

Pnad Contínua, Campos Neto e Galípolo

Após a divulgação do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de maio, que mostrou uma criação de 131,8 mil vagas no mês passado, muito abaixo das expectativas do mercado (projeção de 180 mil do Bradesco e 164 mil do Projeções Broadcast), hoje o mercado acompanha a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) do trimestre até maio.

A diferença entre o Caged e a Pnad Contínua é que os dados do Caged consideram somente os trabalhadores com carteira assinada, já a Pnad mostra toda a força de trabalho do país, seja formal, seja informal, além do número de desalentados.

Na agenda do dia, Roberto Campos Neto, presidente do BC, participa de um painel no Fórum de Lisboa às 10h30. Ontem, a autoridade afirmou que as falas do presidente Lula têm afetado o mercado, dificultando o controle da inflação. Segundo ele, o presidente eleva prêmio de risco ao questionar aspectos técnicos de decisões do BC.

No Rio, Gabriel Galípolo, diretor de política monetária, concede palestra às 14h. Também na véspera, o presidente Lula disse em entrevista que considera Galípolo 'competentíssimo' para ser presidente do BC, mas disse que nunca conversou com diretor de Política Monetária sobre o assunto.

Ainda no cenário local, o mercado pode repercutir a decisão da agência de risco Fitch de reafirmar a classificação da nota soberana do Brasil em 'BB', com perspectiva estável. No entanto, o baixo potencial de crescimento, a governança frágil e o aumento da relação dívida pública/Produto Interno Bruto (PIB) são fatores que restringem a classificação.

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