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Paramount registra prejuízo de US$ 6 bilhões com canais de TV

Após fusão com a Skydance Media, Paramount reavalia canais como MTV e Nickelodeon e registra prejuízo bilionário enquanto enfrenta desafios no setor de TV tradicional

Paramount registrou prejuízo bilionário com os canais de TV a cabo. (Rafael Henrique/SOPA Images/LightRocket/Getty Images)

Paramount registrou prejuízo bilionário com os canais de TV a cabo. (Rafael Henrique/SOPA Images/LightRocket/Getty Images)

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 9 de agosto de 2024 às 05h55.

Última atualização em 9 de agosto de 2024 às 06h33.

A Paramount Global, controladora de canais como MTV e Nickelodeon, anunciou um encargo de US$ 5,98 bilhões (R$ 33,8 bilhões) no segundo trimestre de 2024, relacionado à desvalorização de suas redes de TV a cabo. A medida reflete as dificuldades enfrentadas pela indústria de televisão tradicional, incluindo projeções de lucro em queda, mudanças no mercado de assinantes de TV a cabo e a fusão recentemente concluída com a Skydance Media. As informações são da Bloomberg.

O movimento da Paramount ocorre logo após a Warner Bros. Discovery tomar uma decisão semelhante, com um prejuízo de US$ 9,1 bilhões (R$ 51,5 bilhões) em suas redes de TV, que incluem CNN e TNT. Essa tendência evidencia a pressão crescente sobre as grandes empresas de mídia, à medida que enfrentam a transição para o streaming e o declínio das receitas da TV tradicional.

No segundo trimestre, a Paramount registrou um lucro ajustado de 54 centavos por ação, um aumento significativo em relação aos 10 centavos por ação do ano anterior, superando as expectativas de Wall Street, que previam 13 centavos. No entanto, a receita total da empresa caiu 11%, totalizando US$ 6,81 bilhões (R$ 38,5 bilhões), abaixo das previsões dos analistas de US$ 7,24 bilhões (R$ 41 bilhões). A divisão de redes de TV da Paramount viu suas vendas despencarem 17%, para US$ 4,27 bilhões (R$ 24,1 bilhões), devido à queda acentuada nas receitas de licenciamento de programas, publicidade e assinaturas.

Em contraste, a receita dos serviços de streaming da empresa aumentou 13%, alcançando US$ 1,88 bilhão (R$ 10,6 bilhões). No entanto, o serviço Paramount+ perdeu 2,8 milhões de assinantes, principalmente devido ao fim de um acordo de distribuição com a TVing da Coreia do Sul. A expectativa dos analistas de Wall Street era de que a plataforma ganhasse mais de meio milhão de novos assinantes no trimestre. Apesar da perda de assinantes, a unidade de streaming da Paramount registrou seu primeiro lucro, de US$ 26 milhões (R$ 146,9 milhões), resultado de maior receita e menores custos operacionais.

Fusão com Skydance

Em julho, a Paramount anunciou sua fusão com a Skydance Media, a produtora de filmes fundada por David Ellison. Após intensas negociações, a presidente da Paramount, Shari Redstone, decidiu vender a holding de sua família, National Amusements Inc., que detinha 77% dos direitos de voto da Paramount, para o filho do cofundador da Oracle Corp., Larry Ellison, por US$ 2,4 bilhões (R$ 13,6 bilhões). As empresas concordaram com um período de 45 dias para que outros possíveis interessados pudessem apresentar ofertas concorrentes, mas até o momento nenhum concorrente sério emergiu.

A Paramount está sendo liderada por três co-CEOs desde a saída de Bob Bakish em abril. Eles anunciaram planos de corte de custos de US$ 500 milhões (R$ 2,8 bilhões). No segundo trimestre, o lucro operacional ajustado antes da depreciação e amortização aumentou 43%, atingindo US$ 867 milhões (R$ 4,9 bilhões), demonstrando o esforço da empresa para se adaptar ao cenário desafiador da indústria de mídia e entretenimento.

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