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Para esse analista, risco da IA estraga festa dos juros mais baixos

Mercado poderia ter reagido melhor à redução de juros nos EUA, mas gastos da Oracle azedaram o humor do investidor

IA: risco de uma bolha volta a dominar sentimento do investidor (J Studios/Getty Images)

IA: risco de uma bolha volta a dominar sentimento do investidor (J Studios/Getty Images)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 11 de dezembro de 2025 às 09h30.

Os mercados globais operam com cautela nesta quinta-feira, 11, com a aversão ao risco ofuscando o otimismo gerado pela recente flexibilização monetária do Federal Reserve (Fed) nos Estados Unidos. O principal motor dessa cautela é a preocupação com os altos custos e o retorno do investimento em Inteligência Artificial (IA) no setor de tecnologia dos EUA.

O setor de tecnologia foi penalizado após resultados corporativos. Empresas como a Oracle (ORCL34) recuaram mais de 10% no after-market após reportar receitas de cloud e infraestrutura ligeiramente abaixo do esperado. Por outro lado, a empresa elevou drasticamente sua projeção de gastos (Capex) com data centers para IA em mais de US$ 15 bilhões para o ano fiscal de 2026, totalizando US$ 50 bilhões.

Para o analista da Eleven Financial Research, Eduardo Marzbanian, a situação reflete uma inversão de humor no mercado. "O risco de custos com IA no radar Global supera o otimismo de flexibilização monetária".

Segundo ele, o sentimento de cautela com a tecnologia se sobrepôs ao corte na taxa de juros do Fed. A decisão do corte foi aprovada por 9 votos a 3 no Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), a maior dissidência desde 2019.

No entanto, o presidente do Fed, Jerome Powell, minimizou a divergência, afirmando que a discussão principal é sobre manter ou cortar mais os juros, descartando o aumento das taxas como cenário-base.

No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a taxa Selic em 15% e adotou um tom hawkish (mais rígido), sem sinalizar os próximos passos. O comitê reiterou que "não hesitará" em retomar o ciclo de alta, mesmo que o mercado já precifique cortes para janeiro e uma Selic final em 12,5% em 2027.

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