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Pão de Açúcar derrete 7% na bolsa após divulgar resultado do 2º tri

Varejista fica perto de zerar lucro no período; analistas comentam os próximos passos para a ação

Na semana, as ações do Pão de Açúcar acumulam queda de 7,34% (Nacho Doce/Reuters)

Na semana, as ações do Pão de Açúcar acumulam queda de 7,34% (Nacho Doce/Reuters)

BQ

Beatriz Quesada

Publicado em 29 de julho de 2021 às 17h51.

Última atualização em 29 de julho de 2021 às 20h31.

As ações do Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) encerraram o pregão em queda de 7,4% nesta quinta-feira, 29, após a empresa decepcionar investidores com o balanço do segundo trimestre de 2021. O lucro líquido consolidado foi de 4 milhões de reais no período, queda de 95,9% ante um ano antes. 

Já seu resultado operacional medido pelo lucro antes de impostos, juros, amortização e depreciação (Ebitda) ajustado somou 899 milhões de reais, recuo de 7,7% ano a ano. A margem Ebitda teve baixa de 0,2 ponto percentual, para 7,6%.

A companhia argumentou que a forte base de comparação no segundo trimestre de 2020 atrapalhou o resultado deste ano. Entre abril e junho do último ano, o Brasil vivia uma das fases mais agudas da pandemia e consumidores fizeram maior estocagem de produtos.

Os resultados da empresa mostraram uma tendência mais fraca de receita no trimestre, com desempenho inferior ao de seus principais pares listados no Brasil segundo os analistas do BTG Pactual digital. Em relatório, eles destacam que o resultado limita o potencial de valorização da ação no curto prazo.

“Embora vejamos menos espaço para o GPA expandir sua área de vendas e margens no Brasil nos próximos anos após a cisão da CBD [separação do Assaí], o potencial positivo em nosso modelo consolidado ainda depende do valuation por Soma das Partes dos diversos ativos do balanço, com destaque para Almacenes Éxito e Cnova”, afirmam.

Em fevereiro deste ano, a Sendas, subsidiária que controla o Assaí, segregou sua participação na Almacenes Éxito, uma rede de supermercado da Colômbia, e a repassou para o controle do GPA. Já a Cnova é a segunda maior e-commerce da França, da qual a rede brasileira detém 34,17% do capital social. Em abril, o GPA informou que seu controlador, o Casino, estuda operações de mercado envolvendo sua participação na Cnova, o que pode destravar valor para o Pão de Açúcar.

O BTG Pactual digital mantém recomendação de compra para a ação, ao preço-alvo de 47 reais. Já o Goldman Sachs classificou o balanço como “misto” e manteve a classificação neutra para o papel. “Vemos uma relação risco/prêmio mais atraente em outros nomes dentro de nossa cobertura de varejo de alimentos, oferecendo maior crescimento orgânico e retorno”, disseram os analistas em relatório.

Na semana, as ações do Pão de Açúcar recuam 7,34%. No ano, os papéis acumulam desvalorização de 19,29%.

Outras varejistas como Assaí (ASAI3) e Carrefour (CRFB3) também enfrentam perdas nesta semana após a divulgação de seus balanços.

O Assaí teve receita líquida de 10,05 bilhões de reais, 22% acima do registrado no segundo trimestre de 2020 e superior às expectativas. Já seu lucro teve alta de 62% na comparação anual para 305 milhões de reais. Ainda assim, as ações acumulam queda de 3,33% nos últimos três dias.

Já o Carrefour teve queda de 16,8% no lucro líquido do segundo trimestre ante mesmo período de 2020. As ações acumulam queda de 3,22% desde terça-feira, quando foi divulgado o balanço.

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