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Pão de Açúcar atinge recorde em valor de mercado

O valor de mercado da companhia atingiu o patamar de R$ 26,872 bilhões


	Pão de Açúcar: apesar da briga entre os sócios da empresa, seu valor de mercado vem subindo, em partes, devido ao crescimento orgânico do segmento de produtos alimentícios
 (ALEXANDRE BATTIBUGLI)

Pão de Açúcar: apesar da briga entre os sócios da empresa, seu valor de mercado vem subindo, em partes, devido ao crescimento orgânico do segmento de produtos alimentícios (ALEXANDRE BATTIBUGLI)

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Da Redação

Publicado em 5 de março de 2013 às 19h35.

O Grupo Pão de Açúcar encerrou esta terça-feira com o maior valor de mercado da sua história, depois que o preço da ação PN subiu 1,17% para R$ 102 - desde outubro o papel vem renovando máximas. A escalada das cotações elevou o valor de mercado da companhia para R$ 26,872 bilhões.

No ano, o papel acumula alta de 26,5%, enquanto o Ibovespa tem queda de 16,5%. Analistas atribuem a forte valorização aos fundamentos do grupo, tanto no segmento de alimentos, de caráter mais defensivo, quanto no de bens duráveis, beneficiado pelo ciclo de queda das taxas de juros.

No geral, os especialistas destacam que o crescimento orgânico do segmento de produtos alimentícios, que deve impulsionar o aumento da receita e a expansão da margem a partir deste ano, tem minado o impacto negativo da briga entre os sócios Abílio Diniz (ex-controlador) e Grupo Casino, atual controlador da companhia.

"Vemos espaço para crescimento das vendas nos próximos trimestres, principalmente, em função da expansão do formato loja de bairro", disse um analista sob a condição de anonimato.

Em relatório, Francisco Chevez, analista do HSBC, ressalta que a companhia vai focar a expansão orgânica neste ano, visto que planeja abrir 100 Mini Mercados Extra (de bairro), depois de ter aberto outras 100 unidades no último trimestre de 2012. "A nosso ver, esse número pode ser conservador, pois a abertura dessas lojas é rápida e de baixo custo. A melhoria da margem do varejo de alimentos é sustentável e foi impulsionada pelo controle das despesas com vendas, gerais e administrativas sob o acionista controlador, Casino, apesar da pressão observada sobre a margem bruta, devido ao crescimento mais rápido do Assai."

No documento, o banco eleva o preço-alvo para as ações PN do Pão de Açúcar, passando de R$ 115 para R$ 120. "Derivamos nossos preços-alvo, aplicando um múltiplo alvo de 26,5 vezes às nossas estimativas de LPA para os próximos quatro trimestres." 

Expectativa com Cade

De acordo com analistas, além do foco na rede de mercados de bairro e atacado, que têm apresentado melhor desempenho em relação ao modelo de hipermercado, conforme pesquisas do setor, a expectativa de uma decisão favorável do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) sobre a operação de compra de fatia da Casas Bahia pelo Pão de Açúcar em 2009 contribui para tornar a ação ainda mais atrativa. A negociação deu origem à Viavarejo, holding de eletroeletrônicos que administra Casas Bahia, Pontofrio e Nova Pontocom.

No último dia 20, em teleconferência com analistas sobre os resultados da companhia, o vice-presidente administrativo da Viavarejo, Jorge Fernando Herzog, disse esperar que o Cade discuta nas próximas sessões a operação. Segundo ele, a companhia entregou toda a documentação solicitada pela autarquia. "Acreditamos que a decisão do Cade será favorável. Nossa expectativa é positiva", disse. O Grupo Pão de Açúcar registrou lucro líquido consolidado de R$ 539 milhões no quarto trimestre de 2012, alta de 36,4% sobre o mesmo período de 2011. Em 2012, o lucro líquido foi de R$ 1,156 bilhão, aumento de 60,7% na comparação com o ano anterior. De acordo com a companhia, tanto o lucro líquido trimestral quanto o anual são recordes.

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