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Pacote de estímulo da China, ata do Copom e Lula na ONU: o que move o mercado

Bolsas internacionais operam em alta na manhã desta terça-feira, 24, após otimismo com medidas para estimular a economia chinesa

Radar: mercado repercute pacote de estímulo da China (Thomas Peter/Reuters)

Radar: mercado repercute pacote de estímulo da China (Thomas Peter/Reuters)

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 24 de setembro de 2024 às 08h14.

Última atualização em 24 de setembro de 2024 às 08h22.

Os mercados internacionais operam com otimismo na manhã desta terça-feira, 24. Após a China anunciar o pacote de estímulos econômicos mais agressivo desde a Covid-19, as bolsas da Ásia fecharam em alta, com o índice Hang Seng, de Hong Kong, subindo 4,13%.

Na Europa, surfando no rali da China, as bolsas também abriram em alta, com o índice Euro Stoxx 50 subindo 1,23% às 8h08. Nos EUA, ainda repercutindo o corte de juros, os índices futuros sobem – na véspera, Dow Jones e S&P 500 bateram novamente recordes.

Pacote de estímulo da China

A China, que vem enfrentando desafios em sua atividade econômica, acaba de ganhar um pacote de estímulos. O presidente do Banco Central da China (PBoC), Pan Gongsheng, anunciou nesta terça-feira um conjunto de medidas para estimular a economia do país.

Entre as ações estão a redução da taxa de reserva bancária em 50 pontos-base (pb), a diminuição da taxa de recompra reversa para operações de 7 dias em 20 pb, o corte nas taxas de juros de hipotecas já contratadas e a redução do valor mínimo de entrada para a compra de uma segunda residência para 15%.

Pan informou que o PBoC realizará ainda um novo corte no índice de reservas obrigatórias, entre 25 e 50 pb, até o final deste ano. O banco central chinês também planeja introduzir novas ferramentas de política monetária com o objetivo de apoiar o mercado, de acordo com o presidente.

Após os anúncios, os rendimentos dos títulos do governo chinês com vencimento em 10 anos atingiram novas mínimas, enquanto as ações ligadas ao consumo continuaram a valorizar.

Ontem, o PBoC cortou a taxa de juros dos contratos de recompra reversa (repo) de 14 dias em 10 pontos-base, para 1,85%, e injetou 74,5 bilhões de yuans (US$ 10,6 bilhões) de liquidez no sistema financeiro por meio do repo, também para impulsionar a economia.

Com as medidas, o minério de ferro registrou uma alta expressiva nesta terça-feira, marcando o maior ganho intradiário em mais de um ano. O contrato futuro do minério de ferro para outubro na bolsa de Singapura subiu 5,8%, sendo negociado a US$ 94,65 a tonelada.

Ata do Copom e Campos Neto

Investidores repercutem hoje a divulgação, pelo Banco Central (BC), da ata do Comitê de Política Monetária (Copom). Além do documento, Roberto Campos Neto, presidente do BC, fará palestra no evento J. Safra Brazil Conference 2025, promovido pelo Banco J. Safra, em São Paulo. O mercado ainda busca pistas dos próximos passos da política monetária.

Nesta segunda-feira, o BC elevou a projeção da Selic para 2024 de 11,25% para 11,50%. Segundo a plataforma da B3, 65,25% do mercado já aposta em uma alta de 50 pb na próxima reunião.

Agenda de Lula

Nos Estados Unidos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem um dia de agenda cheia nesta terça-feira. Ele fará um discurso na cerimônia de abertura do Debate Geral da 79ª sessão da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).

Antes de sua participação, Lula terá um encontro com António Guterres, Secretário-Geral das Nações Unidas. No período da tarde, o presidente brasileiro se reunirá com Pedro Sánchez, líder do governo espanhol, e, em seguida, terá uma reunião com o presidente da França, Emmanuel Macron.

Indicadores

De olho na agenda dos indicadores, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) publica, agora pela manhã, a sondagem do consumidor. Às 11h, também sai o índice de confiança do consumidor da Conference Board dos EUA.

Pela tarde, às 14h, a Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep) divulgará um relatório sobre perspectivas para a commodity. Nos EUA, o mercado também aguarda o discurso da diretora do Federal Reserve (Fed, banco central americano) Michelle Bowman.

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