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Missão de técnicos do governo discute em Havana dívida de R$ 5,5 bi de Cuba com o Brasil

Encontro é visto como mais um passo para negociação de valores

Agência o Globo
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Publicado em 24 de setembro de 2024 às 08h23.

Última atualização em 24 de setembro de 2024 às 08h25.

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Brasil e Cuba deram mais um passo, na semana passada, na busca de caminhos para o pagamento da dívida do país caribenho com o governo brasileiro. A estimativa é que o total de débitos vencidos e a vencer é de US$ 1,1 bilhão, o equivalente a R$ 5,5 bilhões.

No período de quarta a sexta-feira, uma missão de técnicos dos ministérios da Fazenda, do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e do BNDES esteve com autoridades cubanas para discutir o assunto. A primeira reunião entre representantes dos dois governos.

Segundo o embaixador do Brasil em Havana, Christian Vargas, o encontro foi voltado exclusivamente para a conciliação de valores.

"Esta é etapa prévia necessária para que se possa avançar, em um segundo momento, na discussão sobre formas de retomar o fluxo de pagamentos", afirmou o embaixador.

Ainda não se chegou a uma fase de negociação propriamente dita. Hoje, a ideia é que cada lado tenha exatamente os mesmos valores, para iniciar uma conversa.

Dívidas do BNDES

A maior parte dos recursos teve como origem o BNDES, que financiava a exportação de serviços prestados por empresas brasileiras em vários países. O exemplo mais conhecido é o Porto de Mariel, localizado a cerca de 40 km a leste de Havana.

Em visita a Cuba, em setembro do ano passado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi informado que, embora tenha interesse em quitar os débitos com o Brasil, os cubanos não podem pagar a dívida, pois as sanções aplicadas pelos Estados Unidos deixaram a economia da ilha caribenha em uma das piores crises de sua história. Daí a busca de uma solução negociada.

Enquanto Havana se movimenta para pagar o Brasil e, com isso, em um futuro próximo voltar a ter crédito com o Brasil, Caracas se distanciou do governo brasileiro nesse aspecto.

Conforme O GLOBO noticiou em meados deste mês, a renegociação da dívida da Venezuela com a área econômica do governo Lula deve deixar de ser prioridade. A avaliação é que a “boa-vontade” do Ministério da Fazenda tinha não existe mais diante da crise deflagrada pela contestada proclamação de Nicolás Maduro como presidente no fim de julho.

A dívida da Venezuela junto ao governo brasileiro é de cerca de US$ 1,5 bilhão, ou cerca de R$ 8,5 bilhões. Sem avanços na renegociação, a Venezuela, que tem sérios problemas econômicos e também é alvo de sanções pelos EUA, não deve poder contar com recursos do BNDES e outras fontes do Brasil para poder financiar suas importações tão cedo. O débito pendente com o Brasil se refere, principalmente, a obras como o metrô de Caracas.

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